Do IT

Reflexões sobre os últimos dias me fizeram chegar em um lugar muito visitado por mim, um dos corredores mais aflitos da minha alma, onde ficam ali os meus medos, as minhas inseguranças, meus desejos repreendidos, minha censura, meu limite imposto por mim mesmo e pelos que amo ou amei um dia.
Quem me vê rindo de tudo e de todos, e sempre feliz ou salvando as pessoas dos seus poços profundos, pode não me ver estendendo a mão e pedindo ajuda. Poucos viram, sem eu avisar obviamente. Dizem que eu tenho auto-estima elevada, que eu sou extremamente livre e sem medos. Me conhecem tão pouco. Sou um medroso, daqueles que sente medo de estrondos de foguete, que precisa dormir de luz acesa ao ver um filme de terror, que tem medo de assumir seus erros e tem medo de errar de novo. Talvez eu me arrisque um pouco mais do que as pessoas normais. Por mais que eu tenha medo de foguete, eu sempre coloco a minha cabeça na janela pra ver qual time foi campeão. Talvez, por querer ver demais além deste mundo, que é pequeno e impróprio para meu próprio pensamento, eu apague a luz e enfrente alguns fantasmas, demônios e monstros que circulam por aí, após filmes de terror, que é o máximo que a ABNT (que também define as regras da psiqué humana) permite.
E talvez, bem talvez, eu esqueça. E por esquecer, eu erro de novo e, a lá Nietzche, eu me esconda pro detrás do esquecimento para poder afrontar meu erro. Como quem quer pagar para ver, eu me jogo, sem medo. Nada de só a cabecinha, ou fica no amasso ou enfia tudo. Sexo selvagem, sob a grama, sob a luz da lua, na rua, no vagão do metrô vazio, no banheiro, no céu, no inferno, e onde mais existir coragem.
Coragem escondida por detrás de uma espécie de pedófilo de pensamento. Não, não como criancinhas, nem tampouco tenho esse tipo de distúrbio. Mas quanto aos pensamentos, eu prefiro os novos, os frescos, os a serem construidos, os "sem destino", aqueles que eu mesmo desconheço. Eu prefiro os pensamentos bebês.
E quem quer um conselho de alguém que deseja aproveitar o momento, deixo o som de Lenine sobre a atitude, Do It. Porque viver é muito fácil para quem não tem medo. Se conheça, se permita, se deseje, se mate.

"Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...
Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...
Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...
Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta..."

Só que existe uma enorme diferença entre ação e reação. Contente-se apenas com a ação. Ou seja um pouco mais pessimista que eu e se surpreenda com reações boas na medida que espera tanto as ruins. Faça pela sua vontade de fazer! A sua participação acabou ali.

PS já previsto: HAHAHA, Como se eu seguisse todas as minhas recomendações. =)