quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

manecofeelings


Tenho um quê de Manoel Carlos dentro de mim, como uma amiga adora afirmar. E tenho levado esse blog por uma linha que eu não gosto, que é da pessoalidade, mas fazer o quê se as emoções são tantas que extravazam em palavras.
Uma briga familiar sempre me faz refletir muito. Não falo daquelas brigas devastadoras, mas das brigas cotidianas, por mesquinharias, mas que contribuem muitíssimo para devastar toda e qualquer relação social e familiar.
Mas uma frase que certa vez ouvi numa novela do Maneco e que me marcou muito foi uma filosofia sobre o 'nascer do Sol' e que numa outra ocasião, uma amiga - que é uma espécie de filósofa sobre tudo - me repetiu a fala. Sinceramente não sei se ela assistiu esse capítulo, ou se a frase é de outro autor e ela leu assim como o 'bruxo do Leblon'. Nunca falei para ela essa comparação, mas achava verdadeira tanto a fala, quanto a sinceridade em que ela encaixou no contexto. E diz mais ou menos o seguinte: O Sol sempre nasce. Se você gostou das coisas que aconteceram na noite, aproveite bem a noite, pois o Sol VAI nascer. Se a noite foi ruim e você não fez coisas boas, acalme-se, para seu bem, o Sol VAI nascer. O dia sempre vem, não importa se a noite foi boa ou não. Ele sempre nasce...
Me veio esse pensamento em mente, não sei por quê...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

SENTE-SE E AGUARDE! - parte quatro, o final.

- Ela é uma boa criatura.

- Ela é uma aranha.

- E uma coisa impede de ser outra?

- Aranhas não têm sentimento.

- A Amora tem.

- Amora?

- Dei este nome a ela.

- Você mora aqui nessa ilha sozinho?

- Não com ela. Quem é você?

- Sou um pescador... Quer dizer, um louco que resolveu ser pescador, resolvi aventurar-me na vida, me conhecer e conhecer o que se passa do lado de cá.

- Pronto, agora viu.

- Você mora sozinho aqui?

- Chega de tantas perguntas.

O rapaz da venda abaixou a mão e a aranha adestradamente subiu ali, como se houvesse achado o seu melhor refúgio. Logo, os dois foram saindo, por um caminho de gravetos e folhas amassadas, por entre a mata, um pouco mais densa ali. Na dúvida, o aventureiro preferiu ir atrás, afinal, não foram feitas todas as perguntas que buscam respostas. E seguiu os dois, até chegar a uma cabana abandonada, velha, corroída. O estranho casal entrou enquanto o jovenzinho preferiu ficar a esperar fora, despercebido. Acompanhar o dia-a-dia de alguém tão solitário seria interessante, apesar de um pouco monótono, pensava.

Minutos depois, o homem vendado volta e grita:

- Se for pra ficar aí olhando, é melhor entrar e terminar o que quer.

Assustado com tanta agilidade e sentido aguçado do outro, este entrou. A casa não trazia nenhuma novidade do que se poderia perceber por fora, aliás, em geral todas as casas são assim, pelo menos pelos lados de lá. Casas não são como as pessoas, ela são por dentro exatamente o que representam por fora. A não ser quando algum artista resolve fazer a sua vanguarda por ali, mas não era algo comum. O cheiro de mofo era quase reconfortante comparado ao visual, todo bagunçado, sujo e repleto de teias, possivelmente vindas de outra moradora dali.

- Não se assuste com as teias, e tome cuidado, Amora fica furiosa quando desfaço um de seus fios. Ela demora horas, são desenhados da maneira mais perfeita. Sabe como é, essa casa é mais dela do que minha.

Ele falava, enquanto o garoto, com os pés com o sangue já coagulado, espantava-se e admirava-se com todos os detalhes. Seu olhar era quase fotográfico, tinha certeza, que por mais que o tempo passasse, ele nunca se esqueceria do que viu ali.

- Sente-se, vamos cuidar do seu pé. Fique tranqüilo, Amora não é venenosa. A dor passará em poucos minutos.

- Eu não sinto dor alguma.

- Estranho, das vezes que fui atacado por ela, a dor durou uma hora mais ou menos, depois, fica dolorido apenas se tocar.

- Eu não sinto dor alguma, não apenas essa dor.

- Han?

- Nasci assim. Não sinto as coisas que me tocam, tenho várias marcas.

O rapaz resolve conferir, passando a mão no rosto. As cicatrizes pareciam escritos em pedra. Uma ostentação desnecessária, pensou ele, mas preferiu não falar.

- Estranho. Bem, de qualquer forma, vamos cuidar disso daqui, antes que infeccione. – Foi ele falando, no caminho de buscar alguns medicamentos. – Se não tratar, pode dar até febre.

- Muito obrigado e desculpa qualquer coisa.

- Não agradeça, não estou fazendo por você. Se você precisar ficar acamado, terá que ficar por aqui mais um tempo, até melhorar. Sendo assim, é melhor que vá embora imediatamente.

- Sua estupidez não se faz necessária, desculpe falar, mas já falando.

- Você entra na minha casa, quase mata a minha aranha e deseja que o trate bem?

- Mal é que não precisa.

- Se não fosse tão curioso não estaria aqui, nem teria boa parte dessas suas cicatrizes. Por acaso não sentir dor o faz não sentir medo?

- Por que pergunta?

- Ué. Apenas você que pode fazer perguntas?

- Eu tenho medo, de tudo, só que prefiro mais enfrentar o meu medo. E você? Sente medo de alguma coisa?

- Existe alguma coisa aqui para eu sentir medo?

O outro rapaz olha para em volta de si e não encontra resposta.

- No começo, confesso que senti medo da Amora. Mas após dezenas tentativas de matá-la, ela conquistou meu respeito. Como ela não é venenosa, e é incapaz de me matar, e eu idem, decidimos dar uma trégua. Vamos nos dando bem até que dure o momento de um partir. Nos respeitamos, convivemos bem no mesmo espaço. – Após passar um pano com um remédio nos pés do garoto, ajeita a sua venda, que devido a posição que se encontrava, acabou caindo sobre o nariz.

- Desculpe me intrometer mais uma vez, mas por que da venda?

- Nasci assim.

- Ninguém nasce com uma venda...

- Ninguém nasce sem sentir dor.

Calou-se.

- Nunca tirou a venda?

- Nunca, nasci assim.

- Você pode tirar a venda e ver o mundo, facilitaria a sua vida.

- Não tenho interesse.

- Você nunca experimentou tirar a venda, experimente! É mágico.

- Que parte do ‘eu nasci assim’ você não entendeu?

- Ninguém nasce com venda.

- Ninguém nasce sem sentir dor.

- Eu nasci de um coco e você?

- Eu nasci de uma concha do mar, como uma pérola...

- E sempre esteve aqui?

- Nascido e criado aqui.

- Sozinho?

- Completamente. Até a Amora aparecer. Ah, eu que dei esse nome a ela. Pois nosso primeiro encontro foi logo após eu comer algumas amoras que estavam caídas sobre o chão. Eu achei que ela fosse uma, peguei e no caminho até minha boca, ela atacou.

- Salvou-se de virar amora.

- Mas virou uma Amora. E ela gosta desse nome...

- Acho que sei porque você é assim.

- Assim como?

- Fechado, limitado.

- Quem disse que sou assim?

- Já pude perceber.

- Nasceu sem percepção também?

- Você tem medo.

- Medo? Eu não tenho nada.

- É. Acho que nem medo você tem. Você não sente nada. Nasceu sozinho, viveu sempre sozinho. Sozinho morrerá. Nunca viu o que se passa a sua volta, apenas viu o que se passa dentro de você. Você é vazio. Absurdamente vazio. Sozinho demais...

- Você não está falando nenhuma novidade! Eu sempre soube disso. Assim como você, eu nasci sem sentir...

Minutos de silêncio se fez necessário até digerirem o que se passou na conversa, longa, porém necessária de apresentação. A paz foi quebrada, quando ao perceber um mosquito zumbindo em seu ouvido, num só tapa, o jovem sem sentimentos, matou o mosquito. O cadáver estava em suas mãos e fez-se então um cortejo. Acho que uma cerimônia canibal, de entrega aos deuses, o corpo do mosquito. Colocou o corpo dele sobre uma das teias e logo, Amora foi se alimentar.

- Acho que a única criatura que você sente é essa aranha.

- Eu não sinto nada por ela. Apenas a respeito, mas se você falasse que também comia mosquito, creio que nem a Amora, muito menos eu, iríamos nos importar em cedê-lo para você.

- Você não sabe o que está perdendo em se arriscar sentir. É bom demais.

- Se é tão bom, porque você não continuou lá em sua terra?

Silêncio.

- Como você construiu essa casa?

- Eu a encontrei, abandonada, com todos os medicamentos, alimentos necessários para viver um bom tempo... Quem sabe uma vida toda. Acho que você já está melhorando, não é?

- Sim, estou...

- Então está na hora de partir.

- Sinto inveja de você. – uma lágrima escorre sobre as cicatrizes.

- Não é tão bom sentir? – ironiza, o sem coração.

- Algumas coisas. Outras, a gente acha que é, mas não são. Só se sabe o tamanho da dor, quando se sente.

- Acho todos os sentimentos uma perda de tempo. Além de ser todos atrelados a sofrimento, a dor. Já acho suficiente poder controlar a dor que sinto ao ter um graveto enfiado em minha unha.

- Minha mãe diz que tem dor que é gostosa de se ter. Acho que é por aí. O Amor é uma dor gostosa de se ter...

- Mas que dói muito depois, senão não seria dor.

Mais silêncio.

- Deveria ir embora antes de anoitecer. – apressando o seu “convidado”.

- Não sei se quero voltar. Lá me traz muitas lembranças de dores...

- O amor lhe doeu?

- Muito, mas acho que encontrei uma nova forma de amar. Não me leve a mal, de maneira alguma, mas nesse momento estou amando você. Não a sua figura, mas o que você representa para mim.

- Agradeço seu gesto, mas não posso retribuir. De forma alguma, seja amando-o de volta, seja deixando-o ficar. Essa ilha já é pequena demais para mim e para Amora.

- Eu faria o possível. E o impossível para lhe mostrar o amor, se você tirar a venda, poderá encontrá-lo...

- Você está assim, porque achou a solução para o seu problema de lá. Não sentir mais. Viu em mim o que precisa pra não sofrer e chorar lá. Mas lembre-se, não sentir dor, não impede que não infeccione o ferimento.

Levantou-se e saiu.

- Eu te acompanho até a praia.

Os dois caminharam em silêncio, a passos de formiga, era como se não pudesse deixar aquele momento passar. Na cabeça do coração frio, só passava a utilidade que seria morar ali sem sentir dor. Já que não sentia dor, nem haveria motivo para sentir amor ou qualquer outro sentimento por ninguém, seria perfeito, indomável, quase eterno.

Já na praia, eles se puseram a levar o barco para o mar. O barco parecia mais pesado agora. Na volta de qualquer viagem, tudo parece mais pesado. Não acredito que seja por conta do número de itens que aumentou, mas é porque nós estamos cansados e fartos de carregar mais coisas em nós mesmos.

- Eu vou aguardar. Quem sabe algum dia eu não volto e você já saberá o que é sentir? Temos toda a eternidade...

- Talvez, nem a eternidade seja capaz de me fazer mudar.

- Não sabemos. Isso que me faz querer ser sempre um louco. Não saber e viver o agora. E por agora, esqueci por alguns momentos, meu passado.

- Você não tem passado. Quem não sente dor não tem passado...

- Nem você, quem não tem saudade não tem passado.

Duras palavras mais uma vez cortavam a relação tão curta dos dois. A dureza das palavras não feria nenhum dos dois, já que não haviam planos de nenhum dos lados, apenas desejo de ter o que o outro possui. As palavras eram verdadeiras.

- Até quando você vai usar essa venda?

- Até sempre.

- Se eu pedisse pra tirar e prometesse a você que o que você vai ver é o que há de mais belo no mundo, você tira?

- Eu não acredito em você.

- E se eu dissesse que todas as amoras são roxas e que a sua aranha é amarela?

- Mais um motivo para eu nunca ter tirado a venda. Eu não a conheceria.

- E contenta-se a uma hora achar uma nova aranha venenosa sem ao menos saber se é uma frutinha ou uma aranha? Com dor ou sem dor, morrer é ruim.

- Morrer é ruim pra quem guarda sentimentos pelo que existe.

- Eu sei de um sentimento que você tem.

- Eu não tenho sentimentos.

- Orgulho. Além do medo.

- Eu não tenho medo, apenas não tenho vontade.

- E o orgulho?

- Eu não tenho orgulho...

- Se não tem, porque não mata a Amora ao chegar em casa?

- Porque sente orgulho de saber que está numa disputa empatada. E será muito ruim perder para uma aranha com nome de fruta.

Ele estava certo. O jovem tinha medo e tinha orgulho. Era orgulhoso, como ninguém. E num impulso só, arrancou a venda de seu olho. De súbito tentou em poucos segundos ver e entender tudo que se passava por ali. O rosto cheio de cicatrizes do outro garoto era algo que o fez parar para ver por um bom tempo, não entendia o que era, não sabia o que sentia. Mas pela primeira vez, sentia.

- Tudo é tão...

- Maravilhoso?

- Horrível. Apesar de não ter sentimentos, eu tinha imaginação... Eu tocava nas coisas e imaginava do jeito que quisesse que fosse. O mundo era de outro jeito, tão melhor.

- Como assim? Esse lugar é o mais bonito de todo o planeta.

- Isso porque você não conhecia aqui... Até você, em poucos instantes, já tinha uma anotação mental sua. Você não era assim, tão... horrendo!

- Uma pena que você descobriu só os sentimentos ruins.

Já no barco, ele seguiu seu rumo, olhando para trás, o garoto, que conheceu as lágrimas pela primeira vez, sentado no chão de areia, assustado e triste. Num olhar para a sua terra, como num badalar dos sinos da meia-noite, onde os encantos se quebram, ele sentiu uma dor, um prego que, vazando para fora do barco, por ser mal-colocado, perfurara seu dedo. Doía, pela primeira vez. Ele gostou, ele sorriu. Era tão diferente, era tão bom, era tão humano. Decidiu encostar e curtir a sua dor por um tempo.

Em terra firme, o povoado estava em choque com a súbita morte de uma garota de olhos azuis, que se suicidou nessa tarde, ao saber que seu amado, partiu sem rumo. Num gesto de egoísmo, ela escreveu o nome dele em uma carta, onde explicava que o livro em branco, além de um pretexto para ir de encontro com a lembrança de sua mãe, falecida há muito tempo, era para poder encontrar em suas páginas, tudo o que quiser... Caso voltasse, além de descobrir que por páginas em branco, perdeu e fez perder a paz de estar junto de outra pessoa, ele não seria dela, já findada, mas também não seria de nenhuma outra pessoa. Pois quem gostaria de amar um louco que estará preso eternamente?

Na ilha, o jovem, dia após dia, chorava e olhava o horizonte. Não voltou para dentro da mata, não reconhecia o caminho. Teria que se cegar, coisa que pensou em fazer. Mas ao fechar os olhos, percebia que a imagem que já viu antes era a que ficou gravada. Não adiantava esforço para imaginar coisa melhor. Não queria entrar também para evitar, ao máximo, de encontrar Amora. Deveria ser uma grande desilusão ver sua única companheira, por quem nutria um respeito eterno, de maneira diferente da forma como imaginava. Ele conheceu os dois sentimentos mais inúteis que existem: a esperança e o arrependimento.

No meio do mar, ficou, parado, sob o balanço das ondas, nem lá, nem cá, para sempre, o garoto que agora sentia dor, sentia saudade, sentia amor, sentia raiva, sentia tudo. E volta e meia, para se alegrar, cutucava o prego com alguma parte do seu corpo. Descobriu na dor, seu maior entretenimento.


FIM.

Vanessão VIVE!

Da série 2010 promete...

O site JARU ONLINE (como se fosse um mega-portal que todos acessam todos os dias pra saber as novidades) soltou em primeira mão a notícia contradizendo a notinha que eu dei no SEM-PAUTA há 1 ano atrás. Eu disse que Vanessão havia morrido, segundo a própria produção do programa em Ji-Paraná. Bem, segundo o site, ela não está morta, mas presa. Injustamente, creio eu. Mas não importa. O que desejar a mais senão que ela esteja viva depois disso tudo, hein? Pois bem, Vanessão está vivona e sem brinks.

Segundo o site,
Já no dia 28/09 Vanessão foi novamente presa em Jaru, desta vez por roubo a um caminhoneiro, sendo então flagranteada e conduzida para o presídio municipal, onde o mesmo se apresentou como sendo Marcos de Souza. No ultimo dia 09 foi descoberta a sua verdadeira indenidade, o vulgo Vanessão, na verdade se chama Eleomar Brito Silva, e possuía em sua ficha criminal um mandato de prisão, acusado do crime de roubo, ocorrido na cidade de Ariquemes, onde Vanessão também já tinha sido preso por fraudar a Ceron. Agora com sua verdadeira identidade revelada “Vanesão" pagará pelos seus crimes no presídio de Jaru,e passará um bom tempo sem dar os seus, tão conhecidos Shows.

É, meu bem. O babado é certo. E como a justiça de Deus não falha, Vanessão sairá e salvará os WebHits do marasmo. Muita paz, saúde, sucesso e fintche reais pra ti, homossexual que prefere ser chamada de moça, Vanessa! 2010 vem com TUDO!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Uma crônica sobre 2009...

O fim do ano me deixa meio bobalhão. Se eu já choro a toa em uma competição de soletração num vespertino de sábado, imagina como não estou nesses últimos momentos de 2009. Certamente, esse foi um dos melhores anos. 2008 e 2009, junto com 2006 deveriam ser transformadas em uma trilogia que bateria a bilheteria de qualquer guerra nas estrelas.
Mas hoje, ao invés de chorar, eu ri. Ri da minha confissão com uma amiga. Tudo começou quando eu pedi um conselho para resolver um problema que estava passando com outra amiga. E no meio da conversa soltei:
- Se pudesse escolher, escolheria nunca ter desentendimentos ou brigar com qualquer amigo. Em troca, poderia ser alvo de um castigo e ter brigas homéricas com pessoas que eu venha a namorar, com familiares e com colegas que eu venha a trabalhar.
Sem muito esperar eu terminar a frase, ela me disse algo genial.
- Claro, amigos são demais. Namorados querem te controlar. Colegas de trabalho querem te ferrar. Familiares querem se meter. O que os amigos querem é te fazer feliz, apenas isso, sem grandes outras pretensões. E quando são bons amigos, o fazem sem erro e perfeitamente, ao ponto de qualquer desentendimento ser motivo para deixar um ou ambos desestruturadamente e profundamente tristes, o avesso da felicidade. Logo ninguém escolhe ser infeliz, nem os parnasianos versos de Augusto dos Anjos escolheram a não-felicidade.
Obviamente, não se deu desse jeito todo o processo de diálogo e confissão entre mim e minha amiga, mas serviu de base. E antes que me julguem erroneamente, eu afirmo, ela me concedeu os direitos sobre sua 'sacada', para caso eu queria lucrar algum com um livro de auto-ajuda.

Sasha e Mozilla, a Sena da Conspiração.

Em uma noite me que eu descubro que o Mozilla tem um pacto com o demo, que nem a Xuxa ao rodar ao contrário. Quer tirar a dúvida? Roda "Meu Cãozinho Xuxo" ao contrário e digita 'About:Mozilla' na barra de navegação do Firefox e veja o que acontece. E prepare para nunca mais dormir.

Se ainda assim, você dormir, tenho a solução, assita a tal 'Sena' da Sasha, que foi alfabetizada em Inglês e fez curso de interpretação na mesma escola que Carla Perez. Fikdik.

PS: alertado posteriormente a esse post por um amigo, existem várias tags no mozilla para páginas bizarras, uma mais comum e tão bizarra quanto a anterior é 'about:robots'. CORRÃO PRA MOTANHAS.

Comente e concorra 1 milhão!

Mudanças de última hora, as apostas da Mega-Sena da virada, cujo prêmio está estimado em 100 milhões (o maior da história das Loterias da América Latina) poderão ser realizadas apenas até as 14h do dia 31 de Dezembro e não até as 18h, como havia divulgado a Loteria Federal da Caixa. Mudanças se devem a questão técnica, para dar tempo de computar todas as apostas, segundo a assessoria.
Ah, e para quem ainda não fez a sua fézinha, vai a dica, o prêmio vai sair de qualquer jeito, mesmo não tendo um único acertador dos seis números. Caso isso ocorra, o prêmio será entregue para o acertador de cinco números ou ainda dividido pelos acertadores, caso haja mais de um.
As chances aumentares e apesar ainda ser uma tarefa quase impossível ganhar na mega-sena, sozinho a batelada de 100 milhões, a esperança é a última que morre e todos nós mortais já passamos noites, dias, mesas de bar e outras momentos fazendo planos para caso ocorra o tal fado. 100 milhões realmente mudam a vida de qualquer ser humano, independente da pessoa (retiro os 0,1% de bilhonários que existem no mundo). O Babado é certo, então a dica é: CORRÃO para as montanhas e façam suas apostas, custa apenas 1,50 e sonhar vale a pena, pelo menos entretem e quem sabe, 2010 não será um ano muito produtivo.
Bem, eu vou fazer a minha e caso não volte com o blog em 2010, já sabem... Eu ganhei. Irei dar um milhão para cada membro da minha família e para alguns amigos queridos. E o resto, eu vou sumir do mapa por uns 10 anos, no mínimo, onde torrarei a grana com muita diversão, logo não terei tempo para essas futilidades que só, nós, pobres e desocupados tem/temos.
Ah, aceito propostas de números para apostar. Cada comentário vem com um número, e eu aposto os seis primeiros comentários. Se ganhar, dou um pouco do prêmio para vocês. Prometo!

Te presenteio com Duchamps.

Deveria, por conta da data e/ou por mérito dessa pessoa, dedicar o post inteiramente a ela, entretanto é necessário falar mais sobre a entidade que ela representa do que dela própria. Até porque ela própria está se conhecendo e assim, ao lado os que a acompanha, como todos os outros demais que se conhecem a cada dia mais profundamente.
Falo dos três sobrinhos que tenho, a primogenita que se aniversaria no dia de amanhã, mas festeja no de hoje. Não sei se por convenção do destino ou por apenas reparar mais na data precisa, o nascimento dos três se manteve a par com grandes etapas da minha própria vida, desde sempre. Sempre que um nasceu, algo marcante também acontecia na minha vida, ou vários 'algos', seja bom, seja mau, mas marcante. Há 12 anos atrás (sim, sou tio de uma garota de 12 anos) nascia iluminada por Capricórnio, meu inferno astral, mais uma obra do acaso que se fazia merecer espaço no mundo e luta por ele até hoje, seja para manter ou para conquistar. Esse texto não ficou bom, tenho noção disso, mas foi porque não houve planejamento, talvez por ser palavras queridas de serem ditas. No mais, desejo para os três a anarquia, no sentido mais belo da palavra que eu sigo. A liberdade com sabedoria, sem censuras, sem medos e sem pecados. A melhor das artes contemporâneas, o mais vívido do subversivo, a curtição, o hedonismo, o efêmero, porque a vida é muito curta. Amor é a palavra do futuro que nasceu com vocês. Ah, e conheça Duchamps, bem mais que eu conheço.

SENTE-SE E AGUARDE! - parte três


Eis que em um dia, com tudo para ser um dia comum, os dois sentariam, e passariam horas a fio, conversando sobre o passado, presente e futuro, foi interrompido por ele querer ver o que ela carregava nos braços. Que livro seria aquele que ela lia todos os dias há meses e não terminava? Ao perguntar, ela se esquivou, mudando de assunto, até que em um momento de descuido, em que, de impulso pegara o livro. Sabia que era errado, se ela na queria falar sobre, não deveria insistir, mas a curiosidade humana vai muito além. Não deveria ter nada de mais ali. Ele estava certo, não havia nada demais ali, apenas uma resma de folhas em branco, com uma capa dura. Não havia título, nenhuma letra sequer.

- Um livro em branco?

Ela envergonhada, saiu correndo dali. Não era para ter sido visto, ela estava profundamente magoada com ele, talvez a maior de suas mágoas, e a maior de todas já vividas anteriormente por alguma garota de sua idade. Doía, seu coração ardia em brasa. Ele não sabia o que fazer, era tão confuso para ele do que para ela. O que sentia por aquela garota de olhos azuis? Gratidão por olhar para ele sem ser um louco cheio de cicatrizes? Egocentrismo por ter alguém no mundo que se interesse, com realidade, em saber o que se passou com ele, ser o alvo de todas as perguntas até o momento e ainda poder responder com qualquer receio, pois não havia ontem, nem certeza do amanha? Ou era amor, amor puro, sem querer nada em troca, que lhe fizeram ficar tonto e ser força para continuar seu ambicioso fado?

A noite chegou e com ela as duvidas se multiplicaram, assim como a dor no coração da menina, que na janela, chorava ao som de uma canção triste. Não jantara naquela noite, havia a melhor das comidas, o manjar do que poderia haver de melhor. Sua madrasta, atenciosamente, batera a porta umas quatro ou cinco vezes para chamá-la e ela dizia estar um pouco enjoada. O pai logo fora vê-la e ao perguntar o que acontecera, resolveu contar tudo. Sempre teve uma abertura com o pai, não que não gostasse da madrasta, mas havia uma liberdade com ele muito grande, gostava muito na nova esposa do pai, ao contrário do que se possa imaginar, ela era realmente um doce, fazia tudo para a garota e a tratava como filha.

A surpresa do pai foi um pouco acima do que ela esperava. Onde já se viu, uma garota do seu nível apaixonada por um louco, morador do rebaixo dos homens? Ele já te tocou? Me conte a verdade, porque se já, eu mando espancar-lhe para nunca mais atrever tocar em uma garota que não seja da eira dele. Não quero a senhora andando por aquelas bandas de novo, muito menos quero a senhorita dando conversa para loucos novamente. Quer destruir o nome de nossa família?

Retirei algumas sentenças que foram ditas, em resumo, para que se possa melhor entender e não ser entediante, porque a conversa acima durou horas e só aterrorizou ainda mais a garota. Doendo seu coração de uma forma que não pudera suportar.

Mas o sol sempre nasce. Era verão, nascia mais cedo para sorte dos dois. Mais para a sorte dele, que foi vê-la nas docas e não a encontrou. Somente o vento e brilho do Sol refletido no oceano. Isso se sucedeu por dias e dias. A esperança ainda resistia no coração dele, que a aguardava. A esperança é algo corriqueiro e engraçado, não é mesmo? Ela nos faz crer que algo pode vir com tanta veemência que já o tomamos como verdade, de forma que caso não venha, se torna uma decepção, o que não deveria ser, afinal, ele não iria vir mesmo. Além disso, a esperança adia os planos, na espera. Esperar é algo que quem possui a liberdade sofre por fazer, então, é possível qual foi a dor que ele sentiu? Muito maior do que qualquer dor que se possa imaginar, nem das que cause maiores cicatrizes em todo o mundo. Doía não saber nada. Doía saber que o mundo seguia, enquanto ele esperava ali, algo que não sabia se viria, e tenderia a decepcionar.

Num impulso, ele decidiu ir até a casa dela, fato que não seria difícil achar. Poucas pessoas de olhos azuis moram por ali. Uma meia dúzia de casas, que em seus grandes estandartes era possível identificar, não somente a cor dos olhos, mas toda uma história de vida, e principalmente, quais alimentos entravam na dieta daquela casa.

Para o tom folhetinesco aderir a essa história ainda mais, o garoto não entenderia o que estaria a se passar naquele dia. Pela primeira vez, em vários dias seguidos, a menina daria um sorriso, um sorriso de verdade, não daqueles amarelos, aquele que desafoga toda a dor e toda angústia moradora daquele pobre coraçãozinho. Tudo seria por conta da chegada de seu primo, que mora um pouco distante... Amigos de infância, os dois têm uma forte ligação, e ele fora ali para convidá-la para o seu casamento que iria se realizar em poucos dias. Ela seria, pela primeira vez na vida, testemunha de um casamento, igualando ao das estrelas. Caminhavam pelo jardim, alegres e felizes, como em um lapso de vida, em que todos os males foram esquecidos. Ela sorria, o primo gargalhava. O garoto que não sentia dores apenas olhava pelas frestas do portão dourado, avistando ao longe, no jardim a cena intimista.

Sempre ouvia falar dos familiares e vizinhos, loucos, que o amor dos seres que não são loucos são volúveis, daqueles que se amam e se encantam em poucos segundos e se desfazem mais rapidamente do que isso. Lembrara uma comparação de que os que não são loucos são explicados pela física: “tudo que aquece rápido, esquenta rápido”. Assim era com tudo, principalmente com os sentimentos. Ele nunca entenderia, por mais que quisesse ser um pescador, afinal ele era louco, e a loucura é química, não física.

Quimicamente falando, o seu coração estava cheirando a enxofre, ardido, forte e incurável. Queria poder ter o dom de não sentir as pessoas, como não sentia as coisas. Trocaria a pior dor do mundo, uma mutilação, uma quase-morte, doença incurável, qualquer das maiores punições do mundo, que não sentiria, por não sentir aquilo. Ele sempre achou que era de pouco valor o dom de não sentir dor. De que adianta, tenho as marcas, pensava. Além do que, tudo nessa vida sara. Aquela dor ele sentia que não iria sarar. Poderia ser guardada em um baú, em um quarto escuro, entre seus diversos pensamentos, mas ainda sim, estará lá.

Andou, caminhou como nunca antes, deve ter percorrido todo o mundo, sem sair de uma mesma rua, ou duas. Não parecia questões de horas, parecia ter vivido todas as estações do ano: primavera, verão, outono e o inverno, que insistia em não passar.

- Eu vou buscar o que não sei: a cura da dor do amor.

Falava essas e outras palavras soltas, sem sentido, até que viu seu projeto de barco, já corroído pelas algas, pela maresia e pelo fétido mofo. Como poderia ter esquecido de seu sonho? Como poderia ter aberto mão de ir além do horizonte e desvendar as dores de outros amores, senão o carnal, nem o espiritual, o amor próprio? Seus desejos jogados às cinzas. Mas mal sabia ele que se resolveria na mesma noite. Noite em que passou em claro, em força, em dor e em suor. Como quem salvava uma vida em uma mesa de cirurgia, com toda destreza, ele construiu o seu barco, o melhor barco do mundo, pois era o barco dele. O barco que lhe levaria até o horizonte.

Imaginem uma noite infinita que se findaria. Agora, imaginem uma construção de uma torre que chegaria ao céu? Melhor que isso... É chegar até o seu próprio horizonte. E com esse desejo, ele foi até o dia raiar, quando encontraria o seu barco pronto, com a vontade de velejar, até chegar na misteriosa margem de lá do mundo.

Preferiu não dizer nada a ninguém, nem ao menos um adeus, ou um volto logo. Não sabia se voltaria, assim não haveria esperança. Pois até mesmo no adeus mais forte que existe, ainda resta esperança. No seu caso, restaria apenas confirmação de que ele foi. E estará lá, eternamente.

O mar estava calmo naquele dia, pouco revolto, o que fez com que a viagem durasse pouco tempo, mas o tempo suficiente para aprender a mecânica do próprio barco, percebera que errara em algumas coisas na construção, mas não ligara, estava dando para cumprir sua meta. Numa próxima, se houver próxima, ele saberá onde não errar novamente. Com as coisas são tão práticas, a gente nunca erra duas vezes.

O que mais lhe emocionou foram um grupo de gaivotas que dançavam um estranho, mas bonito balé no céu em sua volta. Apesar de confuso e de improvisado, parecia ser ensaiado há anos, não se esbarravam, cada uma dia seu espaço aéreo, que não se cruzava com o da outra, e muito menos atrapalhava a apresentação. Não havia a preferida, por mais que houvesse uma ou outra com uma desenvoltura maior, ou até mesmo uma idade mais avançada, mais técnica, não sabia. Todas, além de espaço, tinham a sua contribuição para o todo feliz e harmonioso, elas não disputavam uma atenção maior. O céu era mais completo por causa delas.

O percurso, que achava que seria longo, foi curto. Não durou mais que alguns minutos até chegar na margem de lá. Era uma pequena ilha, minúscula, dava para ver por inteiro apenas ao desembarcar lá, algumas árvores de médio porte, vegetação rasteira, visivelmente nenhum animal, a não ser um ou outro pássaro que dava um vôo rasteiro por ali. A vista de sua terra, de lá, era magnífica, linda, deslumbrante, todos os bons adjetivos do mundo, de tão encantador que era. Tanto pelo gosto da conquista, quanto pelo prazer notável ao chegar lá. Tudo era belo, sedutor. Talvez, tenha demorado mais admirando a primeiro momento o mundo de lá do que para chegar lá. Tantos ‘lás’ ao ponto de não saber qual é o aqui em que estava, tudo não passava de um grande encontro entre o que há de perfeito no mundo. Ainda bem que nunca ninguém quis vir até aqui. Seria um desperdício ver os homens de olhos azuis ou, ainda, os pescadores colocando suas marcas por ali. Fincando sua bandeira de achado.

Questões políticas, sociais, culturais e de outras instâncias passaram por sua cabeça, até o momento em que fora surpreendido por uma enxerida aranha que fazia diversos furos, mordendo-o, perfurando-o com suas garras. Num susto, impulsionado apenas pela visão aterrorizante, e não por conta da dor, que seria mortal em nós, pobres humanos, ela a chutou para longe, que cambaleante, ergueu-se e correu. Impactado pela ânsia de ver o fim daquela maldita que o deixara sangrar sem motivos, pegou um pedaço de uma vara e correu, pela areia da praia tentando alcançá-la. Foi uma corrida com obstáculos, mais ágil, ela se esquivava por entre as frestas e galhos, já adentrando a pequena mata dali. Mas num pulo, ele a alcançou, assumindo a postura de vencedor, levantou a madeira como se levanta-se um troféu, ou até mesmo uma faca, um prêmio de um assassino ao vencer sua vítima. Como que em uma sensível diferença entre o sentidos animais e humanos, ela já o olhava com a derrota em sua face, seu olhar, ou o que era possível sentir dele, transmitia medo, ou ainda o mais difícil para um animal tão orgulhoso quanto uma aranha: a piedade.

Num arranque, ele cravou a paulada, que fora freada no ar, com brutalidade, por uma mão humana. Assustadoramente, humana.

- Não faça isso.

Após o susto, e a digestão do susto, pudera ver o dono daquele braço, um garoto, pouco mais velho que ele, talvez uns dois ou três anos. Não mais que isso. Mas bem, isso não importa diante da situação tão surreal que viera depois. Uma venda tampava seu olhar, como um pirata, mas com os dois olhos cobertos. Um pano negro, com detalhes avermelhados, já sujo, já marcado pelo tempo.


Continua...

domingo, 27 de dezembro de 2009

90's: As Garotas Apimentadas DO ESPAÇO.

Se tem alguma coisa que pode servir de símbolo do pop-chiclete dos anos 90, esse 'alguém' é um grupo de garotas que sairam da Inglaterra para conquistar o mundo.
Seja hétero, gay, bi, pan, homem ou mulher, terráqueo ou de qualquer outro planeta, todos que viveram a era de ouro do pop através das garotas dançaram e decoraram as coreografias das músicas. Um teste? Algum ousado DJ, por um acaso, bota pra tocar uma de suas músicas pra ver pelo menos 1/3 da festa, nascida a tempo, dançar conforme nas bandas de 1995 já dançavam.

Do WikiPedia,
Em
8 de julho de 1996 Wannabe foi lançada oficialmente juntamente com o slogan feminista, Girl Power, tornando-se primeiro lugar em mais de 36 países. Quando o single chegou ao topo das paradas no Reino Unido, o grupo atingiu um recorde, sendo a primeira banda feminina obtendo primeiro lugar, desde o desaparecimento do grupo The Bangles. Wannabe vendeu em torno de 6 milhões de cópias em todo mundo. O segundo single, Say You'll Be There, é lançado em 14 de outubro, vendendo 350 mil cópias na primeira semana, recebendo certificado de platina e entrando para o Guiness Book como o single que mais vendeu cópias em sua primeira semana. O single alcançou o primeiro lugar nas rádios e ficou 30 semanas no Top 100, vendendo 930.000 cópias no país natal e tornando-se o quarto mais vendido do ano. Além disso o single foi a melhor estréia do grupo nos Estados Unidos, em quinto lugar, vendendo 500.000 cópias no país. (leia mais aqui)

O sucesso do quinteto foi tanto ao ponto de parar nas telonas, através de um insoso filme, mas que conseguiu grandes méritos se tornando o segundo filme mais visto do ano em vários países, perdendo apenas para Titanic. O que muita gente não sabe, mas é válido ressaltar, para engolir muita gente que da crítica, o filme foi um dos mais elogiados e aplaudidos em Cannes, chegando a receber elogios de Pedro Almodovar. É.
Desse começo de sucesso, elas continuaram no topo até final de 1998, quando o grupo passou pela primeira grande ruptura, a saída da Geri (nunca gostei dela mesmo, ela nunca me enganou). E daí, muitas coisas aconteceram, elas tentaram seguir agora como quarteto, mas não foram tão longe, chegando a estacionar na carreira e partindo para carreiras solos, também sem grandes sucessos, exceto por Victoria, que casou com o jogador metrossexual David Backham.
Mais o que para relembrar delas?
Acho que só o fato delas terem voltando em turnê no ano passado, num especial, as cinco, por alguns shows, para comemorar o sucesso do passado. E a promessa delas na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, que todos nós, acompanharemos em 2012, com prazer, muito Ploc e espaço na sala pra fazer as coreografias de Wannabe, Stop e Spice Up your Life.

- Apesar de fazer referência ao filme em que elas brincam com a palavra Space e Spice, algumas pessoas nao entenderam, entao ratifico ao título e o post, a fim de elucidar quem não entendeu. Spice é apimentadas, mas no filme elas são chamadas de Space Girls, quem lembra?

TV Aberta: Gosto ou Desgosto?

Para os que me conhecem, esta imagem ao lado deve ser algo que chocou. Logo eu? Defensor da Globo, como se ela precisasse de defensores. Mas não venho aqui para defender nem a emissora, nem ninguém, senão a mim, do ataque que sofri na noite de ontem por um amigo dizendo que é um tanto quanto estranho eu assistir e ter assunto sobre a TV Aberta nacional.
Seguindo a linha dos autores do livro "A seguir, cenas dos próximos capítulos", afirmo que não há crítica especializada em tv no país. É tudo um bando de jornalista frustrado que não conseguiu emprego bom na sessão de cinema e teatro, e para falar de TV, é preciso rebaixar-se.
Ao contrário do que se pensa, a TV Brasileira é de nível comparado a grandes emissoras (e apesar de alienante) seu conteúdo é bem similar do que vemos aí, só que temos mais facilidade para achar bom o que vem de fora. E quando a isso, não falo apenas da Globo, mas do país como um todo. Mas, infelizmente, falar-se em TV no país é resumir em, pelo menos 80% de sua história à emissora carioca. Agora, para criticar algo, eu e acho que todos os bons críticos - me considero um bom crítico, ou ao menos tento ser - é preciso conhecer o material da crítica e não se levar por lugares comuns. Comparar uma emissora X com Y é algo irrelevante para a crítica, ao analisar um filme não vamos comparar (ou não devemos) a um outro, exceto se isso for relevante para a crítica. É preciso entender muitas coisas que estão por volta daquilo.
Por isso, para se formar uma crítica de TV nacional eficiente e com conteúdo digno de mudar a concepção esquerdista-fail de manipulação encapetada, é preciso conhecer o produto a ser criticado e mais ainda o público a que se destina. É quase aquela máxima: cada país tem a televisão que merece. (era a política, na verdadeira frase, né?)
Numa análise temporal, é possível achar bons produtos nacionais, superando grandes produtos americanos, franceses e/ou ingleses (os melhores, numa análise comparativa própria), basta boa vontade. E para ter boa vontade é preciso ter muito interesse, senão, faça o que gosta e não fale besteira, é simples. Tem espaço no sol e na sombra pra todo mundo. Escolha!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Jeremias já dizia: Lady Gaga, foi o capeta que botou pra 'nóis' ouvir.

Igreja ultrarradical dos EUA diz que 'Deus odeia Lady Gaga'
Fanáticos religiosos marcaram protesto em frente a casa de shows.Com figurinos bizarros e sensuais, cantora foi destaque em 2009.
Do G1, em São Paulo

Integrantes de uma igreja ultrarradical nos Estados Unidos, a Westboro Baptist Church, prometem organizar um protesto contra a cantora Lady Gaga no próximo dia 7 de janeiro, em frente ao Fox Theatre, em Saint Louis, onde ela tem uma apresentação marcada. O piquete está sendo divulgado através de um comunicado disponível no site da igreja e intitulado "God hates Lady Gaga" (Deus odeia Lady Gaga). "'Arte' e 'moda' são eufemismos, os disfarces sob os quais (...) Lady Gaga ensina [os jovens] a se rebelar contra Deus", diz o texto assinado pela Westboro Baptist Church.

Fundada em 1955, a igreja sediada em Topeka, no Kansas, não é reconhecida por outras comunidades batistas dos EUA, mas já ficou conhecida no país por seus protestos agressivos contra os direitos dos homossexuais, o exército e os políticos liberais norte-americanos. Idealizada por Fred Phelps, a igreja diz seguir princípios "batistas primitivos" e calvinistas. Conhecida pelos hits “Just dance”, “Poker face” e “Bad romance”, Lady Gaga foi um dos destaques da música pop em 2009. Com sua voz estridente e figurinos bizarros, a loira fez apresentações marcantes, incluindo uma performance com sangue falso no Video Music Awards da MTV em setembro. Gaga costuma declarar abertamente que já teve relações sexuais com outras mulheres.
- Aloka. Eu prefiro nem comentar do que acho desse povo aí, até porque eles não merecem qualquer comentário. Intolerância é algo que deve ser pago com intolerância, no caso a morte. Esse tipo de gente não merece sequer abertura pra diálogo. E que viva a Lady Gaga, sucesso em 2009, com irreverência e competência. E que apesar das minhas críticas, se superou e, tomara, que continue superando e não caindo no ostracismo do mundo pop, que é letal.

Os bastidores dos bastidores.

Esse foi, sem dúvidas, o presente que durou menos tempo entre querer e ter. Recebi o release que publiquei abaixo, do Extra, na quinta-feira, poucos minutos de viajar por conta do Natal. Coloco o meu desejo de o ter no blog e em menos de 2 horas, recebo-o em mãos, de maneira agradável, inesquecível e muito fofa. Mas tirando a aura existente no livro, vou criticá-lo nesse momento. E é um dos melhores livros (muito melhor até que o do Daniel Filho, que é muito de opinião) sobre os bastidores da TV, porque é feito por quem não trabalhou diretamente com isso e também por ter as opiniões de todos, incensurável e contestável, chegando, por inúmeras vezes contradizendo o que o outro já disse.
Conhecer a árdua tarefa de um tele-dramaturgo é interessante e, mais ainda, ver a vida pessoa dele, atrelada a da condução de suas tramas, uma profissão que movimenta a cultura brasileira, inegavelmente.
Pude me aproximar de autores que eu não tinha tanto prazer, como é o caso de Aguinaldo Silva, que se mostrou mais humano e mais humilde, apesar de umas recaídas. O Benedito Ruy Barbosa, que é merecedor do salário que tem. A humanidade de Glória Perez, o humor de Lombardi, a ironia de Gilberto Braga, a autocrítica de Maneco e a importância de grandes nomes como o de Lauro César Muniz para a história da dramaturgia.
Ponto positivo para o livro é a entrevista sem medo dos jornalistas, ao ponto de surpreender em alguns momentos os próprios autores, deixando-os bem avontade de fazer revelações fortes como sobre sexo, drogas e rock 'n roll. Além disso, vale destacar a linha do tempo do começo, que foi historicamente interessante e mostrando a importancia da teledramaturgia para a política, cultura, economia e sociedade do país. E as influências desta sobre as tramas abertas, que são as novelas. A arte do livro é um capítulo a parte, bem trabalhada e visualmente limpa e interessante.

Um dos assuntos mais importantes do livro, ressaltado por todos os autores, é a falta de uma crítica especializada em TV no país. Afinal, só se escreve sobre tv jornalistas frustrados que não conseguiram falar de cinema e desmerecem a tv, por isso. Poucos são apreciadores do produto, sendo a grande maioria um grupo que não gosta de TV, não assiste TV e é eleita para criticá-la. Algo que precisa mudar, uma vez que, por aqui, tem muito mais impacto social do que qualquer outra mídia. Vale ressaltar a crítica realizada pelos autores sobre uma dramaturgia do diretor, que se tem o país. Onde a palavra do diretor pesa mais que a do autor, o único país a se fazer isso. Na TV, quem manda é o autor, vale ressaltar.

Um tópico interessante também é a discussão em torno do futuro da dramaturgia, principalmente com a TV Digital. Bem, em resumo. É um excelente livro, que para quem gosta do assunto, debruça-se sobre as mais de 400 páginas, iniciadas pelo prefácio de Tony Ramos. E para os críticos que jogaram pedras no livro, comparando-o com o "Autores, Memória Globo", principalmente por conter assuntos da vida pessoa dos mesmos, um questionamento, a proposta é diferente, uma vez que não é um livro da emissora globo, onde é possível encontrar temas que seriam passados por cima ou nunca citados por eles, os grandes tabus da emissora, além da participação de Lauro César Muniz, autor contratado da Rede Record, que fala com propriedade do tempo que trabalhou na Globo. E sobre ser uma revista de fofoca, o livro não tem pretensões academicas e tampouco ser mais um entulho para as bibliotecas universitárias e ser citado de referências nas inúteis monografias dos macacos-copiões que se tornaram os pesquisadores brasileiros. Besteira!

Fica a dica, o livro é um bom material para se divertir e encontrar informações curiosas e opiniões daqueles que fazem a cabeça das pessoas com muitas histórias por muitas noites, as verdadeiras estrelas das 8, 7 e 6.

release: 'A seguir, cenas do próximo capítulo'

Release do Livro 'A seguir, cenas do próximo capítulo'
Livro revela curiosidades e segredos de bastidores das novelas

Você sabia que Gilberto Braga queria Yoná Magalhães no lugar de Sonia Braga em “Dancin’ days”? Que Fernanda Montenegro recusou o papel da primeira Helena de Manoel Carlos? Que Benedito Ruy Barbosa é o autor mais bem pago da Globo? Essas e outras curiosidades sobre as novelas e sobre seus verdadeiros protagonistas — os autores — estão no recém-lançado livro “A seguir, cenas do próximo capítulo” (Panda Books, R$ 45).
Escrito pelos jornalistas (e noveleiros) André Bernardo e Cintia Lopes, o livro traz grandes entrevistas com os dez autores mais importantes do país ainda em atividade: Aguinaldo Silva, Benedito Ruy Barbosa, Carlos Lombardi, Gilberto Braga, Gloria Perez, Lauro César Muniz, Manoel Carlos, Silvio de Abreu, Walcyr Carrasco e Walter Negrão (leia trechos de algumas delas nos quadros).
— Todos foram muito receptivos à ideia do livro, que só existiria se todos esses nomes topassem. Ele se sentiram à vontade e falaram de temas delicados — conta Cintia.
O autor Manoel Carlos se emociona ao lembrar o filho Ricardo, morto aos 33 anos. Carlos Lombardi comenta a dificuldade de trabalhar com alguns diretores, e Aguinaldo Silva fala das ameaças que já sofreu e da briga histórica com Dias Gomes. Benedito, por sua vez, conta como foi abandonar “Esperança” para cuidar da saúde. Os autores também rememoraram os grandes sucessos, mas não deixaram fora os fracassos da carreira.
— Antes de publicarmos o livro, enviamos os textos para os autores e nenhum deles mexeu em nada. Isso também deixou a gente muito feliz — diz Cintia.
“A seguir, cenas do próximo capítulo” traz também capítulos de algumas tramas de sucesso, como “Vale tudo” e “Alma gêmea”. É a chance de o público conhecer como uma novela é escrita.


Veja trechos da entrevista de Manoel Carlos

“Escrever o capítulo de manhã depois de assistir ao de hoje (ontem) é o meu sonho impossível. O da dramaturgia ao vivo, como nos anos 1950. Dar ao público a emoção do ‘fazer fazendo’ e do ‘viver vivendo’. Sobre o atraso na entrega dos capítulos, isso já virou folclore. Na Globo, não chamam isso de atraso, mas de estilo.”
“Eu nunca escrevi uma novela pensando exclusivamente em entreter. Não sou animador de auditório.”
“Meu filho Ricardo foi meu parceiro não apenas em ’O cometa’ (1989), mas na minissérie ”Viver a vida“ (1984), na Manchete. Quanto à perda do filho, essa é uma dor insuperável. Depois de um tempo, você para de chorar, mas nunca de sofrer. O Rick e eu tínhamos muitas afinidades, independentemente de sermos pai e filho. Guardo tudo o que foi dele nos 33 anos em que viveu.”

Veja trechos da entrevista de Aguinaldo Silva

“Vou falar uma coisa que nunca falei com ninguém. Depois de ‘Roque Santeiro’ (1985) fiz ‘Tieta’ (1989), ‘Pedra sobre pedra’ (1992), ‘Fera ferida’ (1993) e ‘A indomada’ (1997). Fiz essas quatro novelas no mesmo tom só para mostrar para as pessoas que quem escreveu ‘Roque Santeiro’ (assinada por Dias Gomes) fui eu.”
“A verdade é que ‘Porto dos milagres’ (2001, com direção de Marcos Paulo) foi traumática para mim. Sabe essa coisa do diretor dizer que não sabe fazer? Pois é. Depois de ’Porto’, pensei até em não escrever mais novelas.”
“Eu acho que a Academia (Brasileira de Letras) está comendo mosca por não receber autores de novela.”
“Não tenho intimidade com nenhum outro autor da Globo... Não tenho uma relação com o Gilberto (Braga), menos ainda com Manoel Carlos. Já nos encontramos várias vezes em livrarias. Ele me reconhece, eu o reconheço, mas ninguém se fala.”

Veja trechos da entrevista de Gilberto Braga

“Para contar uma história de 200 capítulos, acho que vale tudo, não é? Mas o da Odete Roitman, o mais famoso de todos, só durou nove capítulos. Eu não diria, portanto, que Odete tenha morrido para alavancar audiência alguma” (sobre o recurso do “quem matou?”).
”Obra-prima me parece uma palavra ambiciosa. Mas é, sem dúvida, a novela mais forte que fiz. Acho ‘Corpo a corpo’ (1984) a minha melhor novela, mas não é tão lembrada“ (sobre ”Vale tudo“, de 1988).
”A parceria com Herval Rossano não foi das mais fáceis... Ele gostava de trabalhar com atores que o adulassem. Lucélia Santos, por exemplo, nunca foi meu sonho como Isaura. Por mim, teríamos escolhido a Louise Cardoso.“

Veja trechos da entrevista de Gloria Perez

“Outra cena que não posso esquecer é a dela (Janete Clair) no hospital, frágil, consumida pela doença, me entregando o último capítulo que tinha escrito à mão. Janete amava profundamente o que fazia.”
“O assassino se defendia transformando minha filha praticamente numa personagem de novela, inventando histórias absurdas a respeito dela... Quando vi que, apesar de ridícula, a história rendia especulações, senti que precisava defendê-la e, para tal, tinha de fazer o esforço sobre-humano de ser mais forte que a dor. Por isso, continuei a novela (‘De corpo e alma’, de 1992).”
”Na minha opinião, há uma cena bem mais forte que a do beijo, que é aquela em que os dois personagens se dão as mãos, encostados na parede. Lembra dela? Mas, como ninguém falou nada, a emissora liberou“ (sobre a polêmica do beijo gay em ”América“).

Veja trechos da entrevista de Carlos Lombardi

“Pode até ser que, futuramente, a Record vire uma opção legal, mas ainda é meia-boca. Além do mais, patrão é patrão em qualquer lugar.”
“A etapa mais difícil de uma novela é administrar o ego do diretor... A Globo é a única televisão do mundo em que o diretor tem importância.”
“Preconceito, se você parar para pensar, existe contra tudo e contra todos. Contra ex-modelo, então, nem se fala. Jardel Filho, quando morreu, era considerado um grande ator. Mas ele só começou na carreira porque o Ziembinsky (ator e diretor) se apaixonou por ele na praia, onde Jardel fazia programas...”
“Aos 28 anos de idade eu era cocainômano. Era viciadão. Se não tomasse um rumo ia morrer. Minha vida era uma droga.”

Release publicado no site do jornal O EXTRA.


No próximo, post, uma resenha crítica minha ao livro.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

como ficar paranóico com um seriado.

Cheguei a essa série por intermédio de Brendan Hines, que interpreta o Eli Loker - o estagiário na Lightman Group, que é um dos melhores cantores dos últimos tempos e uma das pessoas mais simpáticas que eu já tive contato. (ele é o segundo da esquerda para direita na foto acima) e todos sabem que policial (investigações e trocas de tiros) nunca foi meu gênero preferido no cinema e na TV, apesar de ter algumas curtições, como 24 Horas e outras séries. Entretanto, ano passado surgiu na TV Americana um seriado que modifica todos os padrões de séries policiais já existentes. Sim, ainda tem aquela mesma fórmula de sempre: um caso, todo o passo-a-passo para resolver o problema, a solução à lá Scooby-Doo e o fim. Mas vai além, porque é uma série que não fala apenas de mistérios, muito pelo contrário, o caso fica em segundo, ou as vezes, em terceiro plano. A empatia do elenco, as histórias mirabolantes (o único exemplo no planeta a me fazer errar em todos os episódios) e a direção/edição angustiante são pontos positivos, mas nenhuma ganha do maior mérito da série, falar daquilo que está em nós mesmos e é o nosso maior medo (da gente para o mundo e do mundo para a gente): a mentira.
Baseado nos estudos comportamentais de um cientista da Califórnia, os produtores da série criaram uma mitologia em volta da mentira e para isso, usa-se de artifícios de comparação e de que qualquer um pode entender quando alguém mente. Ok. Essa é a história principal, o relacionamento humano. Tem gente que assiste a série achando que tema principal é um grupo de cientistas especialistas em detectar mentiras ajudando o FBI em casos complicados. Mas não, a verdadeira história está na base de tudo: como se relacionar no trabalho, na família e no amor com alguém que é um especialista em mentira? Sendo que cada pessoa mente 6 vezes a cada hora, o que fazer para não ser julgado por eles? E entender que é mais importante que a mentira é o motivo da mentira. Daí posso indicar 3 grandes episódios: o do casamento dos filho do embaixador da Coréia do Sul (que tem um desenrolar e um final eletrizante), o caso do incêndio na casa da família para ganhar o seguro (que você fica 10 dias com o queixo caído) e o emocionante episódio onde contratam o grupo para descobrir se a modelo africana está mentindo sobre o lançamento do livro e no mesmo episódio o senador contrata para descobrir se a namorada o traia (onde se descobre que muitas mentiras são boas e honestas).
Bem, no Brasil, exibida pela FOX (como lá) recebe o nome de ENGANA-ME SE PUDER e teve o fim da primeira temporada exibida por agora. A segunda temporada está no fim nos Estados Unidos e teve uma grande melhora, principalmente por darem mais espaço aos personagens secundários e à vida pessoal do Dr. Cal, deixando cada vez mais de ser uma série episódica, para ter aquela cara de NOVELÃO.
A tempo, o DVD da primeira temporada é vendido nas Americanas pelo exorbitante valor de 129 reais, o que é caro para um box sem extras e com 12 episódios. Mas vale muito a pena e eu não menti em nada, pode conferir depois de assistir as dicas para pegar alguém na mentira. Porque, assim como eu, tenho certeza que todos que vão assistir ficarão paranóicos e tentarão achar falhas por aí. Terapia JÁ!

espírito de natal de cu é rola.

Em menos de 24 horas do post sobre o espírito natalino, eu vos digo, achei o tal espírito de Natal. E vão me criticar, mas achei. O natal, comercial ou religioso, com n minúsculo é esse comportamental, hipócrita que se repete corriqueiramente. Não falo dele, falo do Natal, com N maiúsculo, o verdadeiro. Aquele das esperanças, dos sonhos, dos medos, das angústias, das verdades, do dia onde ofender não ofende. Falo do Natal anárquico.
Natal onde se espera algo que não vai vir, porque ele é um dia como outro qualquer, a não ser pelo fato de ser um dia onde se apregoa a lição de moral mais grosseira do mundo: amar o próximo, e que foi o Cara que escreveu, ditou ou falou.
O Natal dos sonhos, o sonho quebrado, não concluído, porque descobrimos que Papai-Noel não existe. Ou ainda o medo dele existir e não ser como todo mundo diz. O mesmo medo que temos de todas as decisões que tomamos na vida. É o medo que vi nos olhos do pequeno Miguel, ao ser questionado a ir atrás dos rastros que o "Noel" deixou pela sala, passando pela cozinha até os fundos, onde fugira com seu trenó. Ele preferiu deixar o velho ir embora.
Seja por medo dele não ser bom o suficiente ou de comprovar que os seus parentes - que deveriam lhe dar amor e verdade, no mesmo tom e na mesma medida - mentiram e se divertiam, rindo, regozijando-se em um peru morto e assado, o nascimento de um menino numa manjedoura, que por mais que não soubesse de sua história, a estava desde novo aprendendo que ali se festejava a vinda dele, que seria decorrida de uma série de sofrimentos. E regozijavam sobre o medo do garoto, sobre a enganação. Esse, esse daí é o verdadeiro sentido do Natal: enganar tão bem o mundo e a nós mesmos. Todos, enganados, celebrando.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

filmes para ver até o fim do ano.

Fiz uma listinha de alguns filmes que devem ser vistos até o fim do ano. Já que já existem diversos livros sobra "os 1000 filmes para se ver antes de morrer", "100 para ver até o fim da década" e pahs.
faltam menos de 8 dias para o fim de 2009 e alguns dos melhores títulos do ano a seu dispor, com uma breve sinopse. Alguns só serão achados no cinema mesmo, porque fizeram parte de festivais e campanhas promocionais. Outros já estão em DVDs nas melhores locadoras. O restante, você procura com cuidado e achará links na internet para download.
São excelentes dicas, ah, e a grande maioria é cult. Mas relaxa, listras combinam com Natal-Reveillon.


Para quem vocę ligaria?
(A quién llamarias?) de Martín Viaggio
Cor/Color Digital 84' :: Argentina - 2009 :: Direçăo e roteiro/Direction and screenplay: MARTÍN VIAGGIO Empresa Produtora/Production Company: BUFO FILMS Produçăo/Production: TOMÁS BUCHANAN, MARTÍN VIAGGIO Fotografia/Photography: PEDRO SOSNITSKY Montagem/Editing: PAULA POLLACIA Música/Music: MARTÍN QUAGLIA Elenco/Cast: ROBERTO BIRINDELLI, IVÁN EZQUERRÉ, CARLA PANDOLFI Contato/Print Source: BUFO FILMS
Sinopse
Um solitário homem de quarenta anos vive uma grande crise. Andando na rua, encontra sua namorada jantando com o ex-noivo. Apesar de pressentir que o namoro está próximo do fim, permanece imóvel, sem reagir. Sua existęncia letárgica contrasta com a vida de seu melhor amigo, que tornou-se um advogado de respeito. O relacionamento que mantém com a ex-mulher, por sua vez, é um tanto complicado, e a única coisa que os une é um filho pequeno. Diante da dificuldade em lidar com as pessoas, ele se pergunta: em um momento de emergęncia, se precisasse ligar para alguém, quem seria?

A Siciliana rebelde (La Siciliana Ribelle) de Marco Amenta
Cor/Color 35mm 108' :: Itália / França - 2008 :: Direçăo/Direction: MARCO AMENTA Roteiro/Screenplay: SERGIO DONATI, MARCO AMENTA Empresa Produtora/Production Company: ROISSY FILMS, STUDIO37, MALEC PRODUCTION, CITÉ FILM, R&C PRODUZIONI Produçăo/Production: TILDE CORSI, GIANNI ROMOLI, SIMONETTA AMENTA, MARCO AMENTA, RAPHAEL BERDUGO Fotografia/Photography: LUCA BIGAZZI Montagem/Editing: MIRCO GARRONE Música/Music: PASQUALE CATALANO Elenco/Cast: VERONICA D’AGOSTINO, GERARD JUGNOT, MARCELLO MAZZARELLA, FRANCESCO CASISA Contato/Print Source: EUROFILM S.R.L.
Sinopse
Rita, de 17 anos, é filha de um chefe da máfia sici-liana. Quando seu pai e seu irmăo săo assassinados pelo grupo rival, decide se vingar denunciando o crime ao promotor de Palermo. É a primeira vez que uma mulher de família mafiosa quebra o voto de silęncio e se rebela. Rita sabe, portanto, que seus dias estăo contados. Ameaçada pelos vizinhos, pelo na-morado e até por sua măe, ela é obrigada a deixar a cidade natal e mudar-se para Roma, sob um novo nome. Lá, o promotor anti-máfia se encarrega de protegę-la e apoiá-la frente ŕ perseguiçăo sem fim. Inspirado em uma história real.

Polytechnique (Polytechnique) de Denis Villeneuve
P&B/B&W 35mm 77' :: Canadá - 2009 :: Direçăo/Direction: DENIS VILLENEUVE Roteiro/Screenplay: JACQUES DAVIDTS, DENIS VILLENEUVE Empresa Produtora/Production Company: REMSTAR PRODUCTIONS, DON CARMODY PRODUCTIONS Produçăo/Production: MAXIME RÉMILLARD, DON CARMODY Fotografia/Photography: PIERRE GILL Montagem/Editing: RICHARD COMEAU Música/Music: BENOÎT CHAREST Elenco/Cast: SÉBASTIEN HUBERDEAU, MAXIM GAUDETTE, KARINE VANASSE, EVELYNE BROCHU Contato/Print Source: WILD BUNCH
Sinopse
Valérie e Jean-François estudam na Escola Politécnica de Montreal, em 1989. Em um dia do męs de dezembro, um acontecimento brutal provoca mudanças irreversíveis em suas vidas. Um jovem de 25 anos entra na escola com um rifle em măos e o objetivo de assassinar todas as mulheres que cruzarem seu caminho. Motivado pelo estrago que as feministas teriam feito ŕ sua vida, opera um massacre que faz mais de uma dúzia de vítimas e se suicida em seguida. Baseado em fatos reais. Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2009.

Fais-moi Plaisir
35mm ' :: - :: Contato/Print Source: FILMES DO ESTAÇĂO
Sinopse
Ariane está convencida que seu parceiro, Jean-Jacques, deseja outra mulher. Para salvar o relacionamento, ela vę apenas uma saída: que ele tenha de fato um caso com essa mulher de seus sonhos, Elisabeth. Desta forma, saciaria seu desejo e voltaria ŕ normalidade de sua vida de casal. Jean-Jacques parte, entăo, ao encontro de Elisabeth. O que ele năo sabe é que sua futura amante é filha do presidente da França...

Les Herbes Folles (Les Herbes Folles) de Alain Resnais
Cor/Color Digital 104' :: França / Itália - 2009 :: Direçăo/Direction: ALAIN RESNAIS Roteiro/Screenplay: ALEX RÉVAL, LAURENT HERBIET Empresa Produtora/Production Company: F COMME FILM, STUDIOCANAL, FRANCE 2 CINÉMA, BIM DISTRIBUZIONE Produçăo/Production: JEAN-LOUIS LIVI Fotografia/Photography: ERIC GAUTIER Montagem/Editing: HERVÉ DE LUZE Música/Music: MARK SNOW Elenco/Cast: SABINE AZÉMA, ANDRÉ DUSSOLLIER, ANNE CONSIGNY, EMMANUELLE DEVOS, MATHIEU AMALRIC, MICHEL VUILLERMOZ Contato/Print Source: IMOVISION
Sinopse
Marguerite, dentista solteira, tem sua bolsa roubada na saída de uma loja. Sem que ela saiba, a carteira vai parar no chăo de um estacionamento, onde é encontrada ao acaso por Georges, casado e pai de dois filhos. Movido pela curiosidade, ele examina os documentos no interior e encontra uma foto da proprietária. Intrigado, ao invés de ir ŕ policia devolver a carteira perdida, ele decide guardá-la consigo. Inicia-se assim uma grande aventura amorosa para ele e Marguerite. Baseado no romance L’incident, de Christian Gailly. Pręmio pelo conjunto da obra no Festival de Cannes 2009.

Coco antes de Chanel (Coco avant Chanel) de Anne Fontaine
Cor/Color 35mm 110' :: França - 2009 :: Direçăo/Direction: ANNE FONTAINE Roteiro/Screenplay: ANNE FONTAINE, CAMILLE FONTAINE Empresa Produtora/Production Company: HAUT ET COURT, CINÉ@ Produçăo/Production: CAROLE SCOTTA, CAROLINE BENJO, PHILIPPE CARCASSONNE, SIMON ARNAL Fotografia/Photography: CHRISTOPHE BEAUCARNE Montagem/Editing: LUC BARNIER Música/Music: ALEXANDRE DESPLAT Elenco/Cast: AUDREY TAUTOU, BENOÎT POELVOORDE, ALESSANDRO NIVOLA, EMMANUELLE DEVOS Contato/Print Source: WARNER BROS
Sinopse
Após a morte da măe, Gabrielle “Coco” Chanel é deixada pelo pai num orfanato, junto com a irmă. Na juventude, trabalha numa alfaiataria durante o dia e canta num cabaré ŕ noite. Lá conhece o milionário Étienne Balsan, que a leva para viver com ele. É fazendo roupas para o amante que Chanel desenvolve o talento de estilista. Logo passa a usá-las também, ultrapassando os limites entre a vida, o amor e o trabalho. Mesmo vivendo apaixonadamente sabia, no entanto, que nunca se casaria; nem com o homem de sua vida, Boy Capel. Afrontando as convençőes do seu tempo, Chanel inventa a mulher moderna.

Um outro homem (Un Autre homme) de Lionel Baier
P&B/B&W 35mm 89' :: Suíça - 2008 :: Direçăo, roteiro e fotografia/Direction, screenplay and photography: LIONEL BAIER Empresa Produtora/Production Company: SAGA PRODUCTION Produçăo/Production: ROBERT BONER Montagem/Editing: PAULINE GAILLARD Música/Music: KAROL SZYMANOWSKI Elenco/Cast: ROBIN HARSCH, NATACHA KOUTCHOUMOV, BULLE OGIER, ELODIE WEBER Contato/Print Source: WIDE MANAGEMENT
Sinopse
François e sua namorada Christine acabam de se mudar para um vilarejo no interior da Suíça. Mesmo năo sendo jornalista, ele arranja um emprego num pequeno semanário local, onde escreve críticas sobre os filmes exibidos no único cinema da cidade. Sem saber o que dizer dos filmes, copia os textos de uma revista especializada publicada em Paris. Numa viagem de trabalho François conhece Rosa, crítica de cinema bem-sucedida. Ela logo se interessa pelo novato, e um jogo de erotismo e poder se inicia entre os dois, mas os plágios e a traiçăo de François tęm os dias contados.