sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Karmas e D.N.A.

Nunca fui de fazer cara nem alma de arrependido. Acho que tudo vale a pena. Sou do tipo que até os erros valem a pena, senão para a gente não errar mais, para a gente ter ao menos bagagem para dizermos que somos humanos o suficiente, por mais que acho muito incoerente o humano que assume sua humanidade apenas nos erros.
Sou um louco passional, que as frases de um amigo me deixaram aflito uma vez ao me definir muito bem: "mudar-se anualmente, mudar de estilo mensalmente e apaixonar-se semanalmente". E ai de quem não quiser isso para si, estaria mentindo. Palavras dele.
Louco passional que sou, decidi: quero me arrepender! E gritar pelo direito do arrependimento, por mais inútil que seja. Mas quem disse que tudo que precisa existir em nós precisa ser útil? Mais da metade dos nossos sentimentos e suas habilidades são COMPLETAMENTE inúteis para si, e quando não para si, para boa parte do mundo. E quando não para boa parte do mundo, para todos. Acredite nisso, e será bem mais forte!
Arrependo não de quando me abri, mas de quando me fechei. Tanta coisa que se perde quando as portas fecham. Tantas coisas, no plural, aliás. Mas me dou ao experimento. E me arrependo agora de não ter sentido antes e evitado tanta coisa. E não no sentir, porque sentia. Mas no abrir. Sabe aquele pássaro que todas as noites cantava na janela do trabalhador, que cansado da labuta jogava algo para afastar o pássaro? A culpa não era do pássaro, tanto que um dia, sentado na praça, esse mesmo trabalhador cansado, viu o mesmo pássaro cantar e achou o canto lindo, belo e majestoso. Mas não reparou que era o mesmo pássaro que ia todas as noites a sua janela. Quando percebeu que algo lhe faltava, era o pássaro aquela noite. Que não cantava lá com medo de lhe atirarem uma ou duas botinas velhas. O pássaro decidiu voar e cantar para onde o encanto e o canto fosse ser ouvido, cantar errado, cantar certo, cantar. E nada mais ficou no coração do trabalhador com calças sujas e mãos ásperas que a vontade ter aquela pássaro de novo cantando. E nenhum outro pássaro tinha aquela voz e aquela presença de palco que só os canários mais serelepes possuem.
O destino estava traçado. O pássaro um dia voltaria. Era o karma, como aprendera na índia. Mas estava no D.N.A. do homem e do pássaro o desencontro de quereres. O homem não queria canto logo cedo. O pássaro queria cantar a noite toda. Hoje, o homem quer o canto. Não importa a hora, nem se está cansado. A quem diga que o pássaro não demora voltar. A quem diga que o homem não tem bons ouvidos. Até ousou dizer que homem e pássaro numa mesma história é mais do que cabe em uma fábula. Mas as fábulas são assim... Não tem cabimento. O amor também não.
E como toda boa fábula, minha moral da história é sobre esse homem que vos escreve: nem todo erro é errado. E eu não tenho medo de errar...



PARA LER OUVINDO:

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Coxas, sobrecoxas e outros sentimentos crônicos


Um texto sobre amor, paixão ter um título tão absurdo como esse, pode parecer a primeira vista que não há sentido, quando na verdade, o sentido é pela falta do mesmo quando se trata de um sentimento tão confuso e tão pulsante como que os humanóides chamam de paixão.
As vezes, até mesmo muitas vezes, a wikipédia tem mais capacidade para explicar os sentimentos que nós mesmos. A paixão mesmo ela define como: "A paixão (do verbo latino, patior, que significa sofrer ou suportar uma situação dificil) é uma emoção de ampliação quase patológica. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio." Ou seja, explicado o porque da falta de sentido.
Uma crônica sobre o desejo e saudade. Sobre o inferno dantesco de não ter ao mesmo tempo que se tem. A saudade.
Era uma vez um casal que se separou. Não completamente, ainda restaram pedaços pela sala, quarto, cozinha, banheiro e sacada. Não se separaram sentimentalmente, mas fisicamente era impossível estarem juntos. Enquanto o primeiro procurava detalhes acomeditos do que o segundo faria caso estivesse ali. O segundo comia um frango assado de padaria refletindo no dilema mais ético que a humanidade já presenciou: qual pedaço do frango ele gostaria?
Sim, porque pensem bem. Foram tantas dúvidas, perguntas, risadas e pensamentos sobre o futuro, mas pouco se falou sobre o problema de um almoço de domingo caseiro: o frango de padaria! Porque não vão ser hipócrita de dizer que nunca tiveram um problema por causa do bendito frango? Atire a primeira asinha quem nunca chegou por último e abocanhou um pedaço que não lhe fazia votos?
Aquele que pensava no Este, gostava de coxas e sobrecoxas. Tinha P-A-V-O-R do peito e das partes mais secas do frango. E quando veio a pergunta, tão logo veio a resposta. O primeiro gostava de sobrecoxas. Estaria o dilema instaurado? O futuro era cataclismático? Caso houvesse, famintos e glutões que eram, não se contentariam só com uma coxa para todo o almoço de domingo. E teriam aquele restolho de frango sobrando na geladeira durante toda a semana, até estragar ou alguém comer.
Quando deu por si, falava do futuro. Pensava no futuro, que era como certo quanto uma galinha tem duas coxas, duas sobrecoxas, salvos raríssimas exceções, que não chegam a mesa do consumidor, devido ao preconceito dele com deficientes. Futuro assado e vendido, pronto para entrega. Escolhido, do frango mais gordo e vistoso. O futuro era um frango de padaria, que está assando para ser desossado a dois, com farofa e batatas acompanhando. E mesmo que o futuro seja conclusão de brigas homéricas por causa de coxas e sobrecoxas, ou mesmo que sejam preciso comprar dois ou mais frangos só por causa das benditas coxas. E mesmo que o futuro seja não comer frango...
Hoje, ele comeu o frango querendo ter o outro ao seu lado para dividir aquelas duas imensas coxas e sobrecoxas. Era a saudade que fazia parecer o tamanho maior. Esse sentimento crônico.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alejandro, a novela mexicana.


As pessoas vão me bater na rua depois dessa minha afirmação, mas vejo em Alejandro o melhor clipe da carreira da surtada Lady Gaga. Demorei para perceber isso, mas só percebi que era quando entendi a mensagem por trás do clipe. Não sei se é a real mensagem que ela quis passar, provavelmente, não. Mas foi uma mensagem muito intrigante e que ao meu ver, explica muita coisa sobre nosso submundismo e nossa cultura melodramática.
Você não gostou do clipe? Vou explicar porque. Voce é treinado hollywoodianamente e latinamente a procurar narrativa em tudo aquilo que habita nesse mundo. Narrativas melodramáticas, de preferência. E Alejandro foge essa regra da série de clipes com 'historinhas' da cantora. (ok, ainda prefiro Paparazzi como meu clipe preferido, por ter uma produção, direção, roteiro perfeitos e combinando com a música, que é a mais foda para mim e ele veio com historinhas)
O Clipe permeia por um universo: o luto. Blasfemico como disse Kate Perry e o Papa provavelmente dirá, Steve Klein fez o seu melhor: fotografias belas e limpas, com detalhes poucos, mas chocantes. O que une muito bem ao estranho mundo de Gaga.
Um terceiro universo fica no ar: é uma guerra? É uma revolução gay? É a revolta por anos de massacre? É uma crítica às ditaduras latino-americanas? É um relato histórico do período nazista? É a praga Cristã que é imposta ao mundo como algo punitivo e socialmente controlador?
Não sei. Não é contado isso no clipe. E a galera, principalmente do mundo POP não está acostumada a ter tudo intuitivo e no campo da idéias. Querem entretenimento por entretenimento, sem pensar. Não é culpa sua, meu caro. É nossa cultura. Pensar dói. Ainda mais quando queremos apenas ouvir uma música. Mas está aí a diferença entre fazer música e fazer arte. O que Gaga me encanta é que ela prefere fazer o segundo.
Divertir em Telephone e em Paparazzi é ótimo. Mas é buscar o que está na origem de tudo. Ninguém quer isso no mundo Pop e do entretenimento. Então, nós, profissionais das mídias, somos obrigados. Ou treinados.

(ah, antes que me falem que Madonna fez isso antes. Madonna criticou, rompeu barreiras, mas ainda assim, ela não fez arte, ela fez música, entretenimento básico. Não que isso seja ruim, é apenas outra coisa. Se Gaga copiou alguém, copiou outra pessoa.)

Já estou esperando gente vindo reclamando comigo. Ok, te indico umas novelas mexicanas. Alejandro está longe de ser uma.

Um lado negativo? Ela poderia ter passado a mesma mensagem com 50% do tempo que ela usou.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lost, ou o que vocês não entenderam, seus burros! ou esse não foi o final de Lost!

Partiu reflexão sobre o final de Lost?
É, gente, vocês são um bando de burros, é isso que vocês são. Entendem tudo errado e vão criticar a galerë que faz Lost. Eles são GENIAIS, ow!
Vocês lembram dos mistérios? Dos 304 mistérios não respondidos, segundo o DARKUFO, mais especificamente. Então, era tudo brinks. Era pra despistar, porque Lost na verdade é uma grande novela espírita escrita por Ivani Ribeiro, psicografada pela Zíbia Gaspareto, sobre o pseudonimo de Calrton e Damon. É isso, gente! Bando de idiotas! Por que é CLARO, o que a gente queria ao começar a ver uma história de uma galerë que cai de avião numa ilha muitcho-loka era descobrir os verdadeiros mistérios da vida e da morte, da existência humana, do amor e da fé. Era óbvio, desde o princípio que era isso que eles queriam. E conseguiram. Que final lindão, né? Tava todo mundo morto nos flashsideways, era tipo purgatório e bastava um esbarrão pra neguinho se dar conta. Fofo, compenetrante!
Esses dias li no twitter uma explicação muito profunda de Lost: qual o nome da série, gente? LOST, logo é pra ficar PERDIDO NA SÉRIE. Se fosse pra dar respostas, seria FOUND. (sim, foi um fã xiita!)

***




Agora é sério. Vocês não são burros, não. Quem é burro é essa cambada de fã escrotinho que gosta de fingir de NERDZÃO e sefudeo todos quando viu que a explicação era a coisa mais ridícula, infantil e preguiçosa que já teve na face da terra. OK, eles estarem mortos até que foi legal pra série, mas peraí... QUANDO QUE OS FLASHSIDEWAYS FORAM INTRODUZIDOS? Semana passada, tipoisso. A série que tem anos ficou com as respostas pra lá, como se fosse uma temporada a parte. Mesmo elenco, numa nova aventura muitcho-loka. Tipoisso.
Então, eu agradeço aos roteiristas e produtores por serem escrotos com nós, só para dar um pouco de água na boca nesse bando de fã que se diz inteligente e teve que bater palminha CLAP-CLAP-CLAP (sozinho no teatro, com espaço entre as palmas) para essa história mais #fail que já existiu no planeta. Valeu, meus autores favoritos.


**


De verdade, eu não consigo entender como tudo se encaixa. E desde o princípio, eu já sabia como ia terminar, malzae, mas sou gênio. Eu sempre disse: Lost vai terminar de uma maneira mais escrota do mundo, porque os autores NUNCA SOUBERAM ONDE QUERIAM CHEGAR. Vamos engolir isso, por mais doloroso que seja... NUNCA! JAMAIS SOUBERAM.
E desde que apareceu esse monstrinho de fumaça, a coisa degringolou. De Nanotecnologia (que já era irreal, mas pelo menos mais ficçao-científica) foi pra alma vagando pela ilha do carinha que foi jogado pelo irmão no fundo de um riacho com uma luz e uma rolha. OK. SIM, ESSE É O MONSTRO DE FUMAÇA.
Personagens que a gente conhecia desde o começo, histórias que queriamos ver o fim, mistérios a serem revelados foram trocados por visíveis constragimentos e personagens ridículos e pessimamente construidos. E magia, sim, magia explica tudo. Vou comparar mal e porcamente com nossas novelas. Imagina se a Luciana tivesse voltado a andar no último capítulo e falasse fosse tudo por causa de uma LUZ QUE EXISTE DENTRO DOS SERES HUMANOS, MAS OS HOMENS-MAUS QUEREM SEMPRE MAIS. Imagina se o motivo para a Laura roubar tudo da Maria Clara em celebridade fosse porque na ilha tem LUZ QUE EXISTE DENTRO DOS SERES HUMANOS, MAS OS HOMENS-MAUS QUEREM SEMPRE MAIS. Imagina se todos os motivos de QUEM MATOU em uma noveleca brasileira fosse por causa da LUZ QUE EXISTE DENTRO DOS SERES HUMANOS, MAS OS HOMENS-MAUS QUEREM SEMPRE MAIS. Sim, Lost é uma ilha mágica, onde HÁ PESSOAS QUE: 1) não morrem porque tomaram uma água barrenta; 2) não envelhecem. 3) não morrem porque um loirinho canastrão deu uma passada de mão-bem-sacaninha nele. 4) uma fumacinha anda pela floresta matando geralzão e vira homem, bicho, gente morta.
E sabe porque disso tudo? Porque no meio da ilha tem um riacho (QUE NUNCA NINGUÉM TINHA VISTO ANTES, PORQUE NÃO PROCUROU) onde tem uma LUZ QUE EXISTE DENTRO DOS SERES HUMANOS, MAS OS HOMENS-MAUS QUEREM SEMPRE MAIS. Luz porreta!


*


Vocês repararam no constrangimento que ficou no ar de TODOS OS PERSONAGENS nessa temporada? CER-TE-ZA que eles foram pagos para dar entrevistas falando que o final era FODA! Porque eles estavam MUITO RIDICULARIZADOS. Todos acharam uma merda o fim, cer-te-za! E o pior foi o Matthew Fox (o Jack) que disse há uns dois anos atrás que sabia como Lost terminava. Será mesmo que os produtores chegaram perto dele e falaram ao pé do ouvido bem baixinho: ó, a ilha é uma LUZ QUE EXISTE DENTRO DOS SERES HUMANOS, MAS OS HOMENS-MAUS QUEREM SEMPRE MAIS? De verdade, vápapu!
Os atores, até os ruins, pegaram os roteiros e acharam o cúmulo da bizarrice tudo. Fato! E olha que a gente achava ruim viagem no tempo! Cara, viagem no tempo é uma coisa CRÍVEL, REALISTA, FOFA e CRIATIVA DEMAIS perto desse fim abaixo do medíocre. De verdade. Eu esperei tanto ser uma alucinação coletiva de todo mundo internado no hospital psiquiátrico, de verdade!

Agora, mais sério ainda. O que a gente viu nessa sexta temporada foi uma outra série, vamos pensar assim. Vamos pensar que o pessoal surtou. Não foi a Lost que conhecíamos. Foi uma besteira que vimos por aí. Feita pelo CW, com direto a Tom Welling voando, ok?
A série mesmo acabou na 5a temporada (para não dizer na primeira, ou na segunda, pensando que foi cancelada e o que a gente viu depois foi tipo flashsideways e a gente tá tudo morto e no céu, todo mundo é otário, ok?). E vamos fingir que a gente ADOROU o lance de viagem no tempo. Que a ilha é uma ilha muitcho-loka com a Dharma pesquisando eletromagnetividade e geral sefudendo. E o sistema de segurança é o monstro, ok? É esse o fim, vamos fazer forcinha. Tá? Aí, a série, apesar de ótima, teria suas falhas. Mas qual não tem. E jamais teria cagado na nossa cara essa 6a temporada escrotissima, que se bobiar, acabou com toda a jornada. Afinal, pressa galerinha mais ou menos, o que importa é a jornada? PALNOKOO DE VOCÊS E BEIJOS.


GO, JULIET, GO! DESTROI ESSA PORRA DE ILHA E FAZ ESSA SÉRIE JAMAIS TER EXISTIDO, OBRIGADO E BEIJÃO!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

minha vida e as novelas

Pode ser coisa de noveleiro, pode ser coisa de quem se apaixona e vive a vida intensamente, mas minha vida está, estranhamente, ligada aos ciclos das novelas. Sempre que acaba uma, começa outra, com outro tema, outra história, outro momento.
Relembrando as últimas quatro novelas, posso contar pra vocês, em A Favorita, eu tive que escolher entre duas pessoas. Escolhi errado, escolhi a Flora. Me ferrei. Em Caminho das Índias, foi um processo meio tenso de recuperar tudo aquilo que eu tinha jogado fora. De Dalit, para Bramane, tipo isso. Conquistei. Vivi paixões rasteiras, sem muito apelo popular e sem grandes intensidade, raras excessões. O povo acabou ficando com o Raj, que seria o vilão.
Ai, quando já tinha tudo, veio Viver a Vida. Vivi. E muito, sem olhar pro lado. Sabe aquela frase de e-mail de fim de ano? "Viva como se não houvesse amanhã, ame como se nunca fosse se machucar, trabalhe como se não precisasse do dinheiro e dance como se ninguém estivesse olhando!" Mas com as ressalvas de Roberta: "não perca de vista que o amanhã existe, machucados doem, o dinheiro traz felicidade e é feio pisar no pé das pessoas...". Não houve nenhum acidente vindo de um fashionshow em Petra, mas superação foi a palavra de ordem. E tudo, leia-se TUDO foi superado. Apesar de morno e sem acontecimentos, Viver a Vida as vezes é isso. Ser normal, ser aquilo que a rotina nos permite, mas ser nós mesmos na maior intensidade que possa existir.
E quem planta colhe bem, já dizia meu amigo viciado em farmville. Amanhã começa Passione. Quer história mais a ver com minha vida? A Itália nunca esteve tanto em destaque na minha vida, nem mesmo na época das ligeiras classes de italiano instrumental na UFJF. E eu estou me apaixonando. E que nos próximos oito meses, ou quiçá a vida toda, eu me apaixone sempre mais. Paixão é isso, né?
Até a próxima novela,
Ass: Alguém que é a declaração física de que a teoria da Agenda Setting é bizarramente real.

domingo, 16 de maio de 2010

El secreto del cinema argentino.

Há pouco tempo, uns dois anos, conheci a maravilha que é o cinema dos nossos irmãos portenhos, que representa muito bem a América Latina, deixando os brasileiros no chinelo, que pouco fogem da convenção/circuito filme-filosofia-puc e globo marcas.
Os filmes argentinos tem a sua capa já vestidos de blockbusters, não há de se negar. Mas é a verdadeira prova (ao contrário de muitos0 de juntar entretenimento de massa com cinema arte. Alguém já fez isso no Brasil? Acho que não.
Não vou falar de Brasil, não cabe aqui. Vou falar de lá, mais precisamente da película do diretor vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, Juan Jose Campanella, O Segredo de seus olhos. Filme bom, muito bom que nos leva para muitas reflexões.
A história? Um funcionário público aposentado não conseguiu viver os últimos 25 anos, por conta de assuntos inacabados do passado e volta a Buenos Aires tentando ligar as pontas de sua vida, escrevendo um romance (ok, é clichê, mas quem disse que é ruim?). Reencontra no meio disso tudo personagens que estiveram ligados aos seus traumas e seus conflitos: o amor de sua vida, a juiza para o qual trabalhou e os personagens de um complicado caso jurídico da época, onde uma jovem garota foi estuprada.
O filme é uma montanha-russa de emoções: os primeiros vinte minutos são de drama, depois se torna um complexo suspense, chegando a um filme policial jurídico com temática política, acabando em um romance complexo e maduro, de nos emocionar e torcer. Afinal, como as vezes não conseguimos ir adiante em nossas vida por causa dos outros, não é mesmo? O filme é isso, com toques de humor, principalmente através do coadjuvante Pablo Sandoval, que dá um charme e leveza a trama pesada, nos fazendo as vezes torcer mais pela paralela que pela central. Um filme de redenção e vingança. Reflexão sobre nós mesmos e o que já vivemos. E um pensamento sobre os pontos-de-vista, afinal, a História jamais é uma declaração fiel ao que se passou, mas sim um relato atual de quem viveu na época, cheio de paixão, que pode modificar todo o enredo. Um filme de paixão, afinal, como o próprio personagem diz: "Pode se mudar de roupa, de amigos, de vida, de religião, até de Deus, mas jamais se pode mudar de PAIXÃO!" Antes de começar a ver, é bom se preparar, afinal, quem conta toda a história é Benjamin, que romanceia sua própria história. Até onde é verdade, até onde não é apenas a sua visão do que se passou, no caso que se lembra.
E para quem curte uma boa direção e um bom roteiro, com excelentes atuações. Um filme completo, com direção de arte muito digna e fiel. Somos levados à Argentina dos anos 70 num só mergulho. Agora, o que mais me conquistou? É a utilização de objetos cênicos como a porta do escritório de Irene e a máquina de escrever sem o A, que dá ao filme um dos mais belos encerramentos. #fikdik, ok?



sexta-feira, 26 de março de 2010

*SPOILER* Lost: sacando a rolha

Primeira constatação: até que enfim a sexta (e última) temporada traz ao público um significado e a resolução dos mistérios de 6 anos seguidos.
Segunda constatação: uma merda estarmos felizes por esses mistérios estarem ligados por quem era até então um secundário.
Terceira constatação: todos os mistérios estão ligados com secundários. Outra grandes merda!
Quarta constatação: Cadê os protagonistas? Eles são figurantes da própria história, onde tudo não se passa de um duelo entre uma pomba branca e um exu esfumaçado?
Quinta constatação: A ilha é uma ROLHA, véi? Ok, é isso. UMA R-O-L-H-A do inferno.
Sexta e última constatação: Comassim sendo tão ruim assim ainda Lost é bom, gente? É viciante e surpreendente. Mas confesso que se soubesse que terminaria assim, jamais me apaixonaria pela série.

Mas paixão a gente não pensa no fim. A gente pensa no começo (ou no todo!) E o nono episódio da sexta temporada demonstra isso no meu ser... Aquela vontade louca de ver tudo e pensar como tudo se encaixa. Ou alguém duvida que vamos ter que rever as seis temporadas quando chegar de 23 de maio.

Aliás, o que será de mim semana que vem, quando BBB acaba? Vou passar a semana inteira roendo unhas pra ver um episódio de Lost, sem desopilar meu fígado em nada? Ainda bem que Modern Family taí pra isso e abril será um mês de estréias, na TV, no cinema e na vida.

domingo, 21 de março de 2010

a receita de um relacionamento feliz


Ela estava quieta no seu canto, ele veio, puxou-a pra dançar, ela aceitou. Duas músicas depois já estavam nús sobre o banco traseiro do carro. Ela foi pra casa e no dia seguinte, ele não recebeu nenhum telefonema.

Anos depois, encontraram-se de novo em um bar. Ela dançava com outro. E pouco antes de terminar a primeira música, ela já estava do lado de fora, entrando em um carro desconhecido. Ele a seguiu. No escuro, ressabiado, bateu com a chave no vidro do carro do outro. Não era outro, era outra, mas isso é pra depois.

- Não imaginava que você era como todas as outras.
- Mas eu sou, todo mundo é como todas as outras.

E seguiu seu caminho.

A outra mulher no caminho para deixá-la em casa lhe perguntou após algum assunto que permitisse tal pergunta:
- Você pensa em ter filhos?
- Você não tem pênis para me deixar grávida.
- Adotar?
- Quero que todas as crianças morram.

Ah, tá. E foi isso. Dias depois, não precisou nem de música. E ela era feliz, embora houvesse quem não acreditasse...

#fikdik: Blind Side, Blind Clichê.

Definitivamente, negros gordos estão em alta em hollywood, afirmou um querido meu. É, tenho que concordar, mas com todo o mérito de segurarem a emoção de dois grandes filmes sobre eles. Não, não vou comparar Precious com The Blind Side (seguindo a tradição JECA-BRASILEIRA, Um Sonho possível!, ah nossa latinidade!), até porque são de gêneros e roupagem diferente, completamente, afinal. Mas vou rebater a opinião da Academia (eu e o mundo, talvez) por fazer merecer Sandra Bullock como melhor atriz.
Cara, não vamos entrar no mérito se ela é boa atriz ou não. Ela cumpre seu papel bem, muito bem para quem era "miss simpatia" e a mocinha de Velicidade Máxima. Mas o seu papel de nada novo trouxe para o cinema e isso a fez "roubar" o Oscar da Meryl Streep que em Julie & Julie estava bem, mas longe de seus melhores papeis. A inversão ficou aí. Uma PUTA atriz em um papel fraco e uma atriz mediana num papel bom. Mas e a negra-gordinha-estreante de Precious? Ela merece ficar só com a indicação, porque é sua primeira vez e é negra-gordinha? Gordinha é elogio.
É. Sandra Bullock não mereceu. E o filme, por melhor que seja, não merece tantos elogios assim. É um bom filme, legal para estudantes de licenciatura e excelente para rever preconceitos. Mas nada de debates profundos, tudo é muito superficial, recém saido do forno para as nossas "Sessão da Tarde"'s. É divertido? Sim. Me fez emocionar muitas vezes? Fez. Tem boas atuações? Com certeza. Bom roteiro? Na medida do possível. Mas ainda assim o mesmo de sempre. Clichê atrás de clichê. Mas o clichê bem feito.
Mas ainda assim faltou uma cena maior explicando a vontade da protagonista de botar um negro-gordo (nada contra negros e gordos) em sua casa SÓ PORQUE ESTAVA CHOVENDO! Bom coração? É. Deve existir um dentre os montes que passam por vários na rua durante a chuva e tudo que mais quer é ir embora pra casa pra tomar uma ducha quente.
O legal é que é baseado em fatos reais e as cenas reais do fim do filme, apesar da vibe "Dois Filhos de Francisco", é legal, sempre funciona... Assista e coma bastante pipoca, por mim.
Tá na moda o tema da superação. Mas ainda prefiro a desesperança de filmes como Precious. Afinal, alguém ainda acredita que nós não estamos COMPLETAMENTE ferrados e tudo sempre tende a piorar? Ah, tá. Enquanto o mundo colorido não desabou pra você, eu vou comer meu brigadeiro que acaba de ficar pronto. ;D

segunda-feira, 8 de março de 2010

BBB, o dourado debate é outro.

Comecei escrever um comentário em post de um blog falando sobre o BBB e achei válido postar por aqui. Já que não comento nesse espaço o que penso sobre o programa (e mais ainda, sobre a tv brasileira), que deveria (e é, embora não pareça) o meu objeto de estudo.
Segue na íntegra.


ODEIO DOURADO. Não quero que ele ganhe e se ganhar, será o pior vencedor de todas as edições do BBB, inclusive pior que a Mara do BBB6. Entretanto, não considero um homofóbico. Ele é machista, burro, escroto, babaca, burrão, mas não homofóbico. Dicesar é gay e é malcarater. Dourado é hétero e malcarater. Não é um jogo de sexualidade, é um jogo de personalidade. E nesse ponto, Dourado dá um banho no drag-queen, que, podemos dizer, é heterofóbico, né?
OK, hétero não apanha por ser hétero na rua. Mas certamente é alvo do mesmo preconceito nos guetos gays. O ser humano é preconceituoso por natureza, embora seja sua meta não o ser. Mas alguns avaliam errado. E vale deixar estar. É melhor assim, as diferenças são boas, desde que respeitadas. Não precisam ser entendidas. Respeitar é melhor que entender.
A vitória do Dourado explanria apenas uma coisa, o conservadorismo da TV Brasileira e da sua sociedade controlada/dora. É uma pena. E uma pena maior ainda que as pessoas percam o tempo falando de quebra de paradigmas, quebra de preconceito, quando esse reality apenas re-afirma o tipo de gay exibido pela tv há décadas.
Vamos calar a boquinha ao falar de preconceito e de humanitarismos mesquinhos e pensar mais em combater esse conservadorismo blasé. Valeria mais a pena.

domingo, 7 de março de 2010

fikdik: PATRIK, AGE 1,5

Tem um tempo que eu não tiro uma meia-horinha e venho aqui. Mas o mundo muda muito rápido e mal tenho tempo para acompanhar as coisas. Queria um botão de pause que nem de Click.
Bem, o fikdik da semana, vai para um filme sueco. Sim S-U-E-C-O. Nunca tinha visto nada da filmografia sueca, não que eu saiba. Mas cai nas graças do blockbuster deles.
Sabe o típico roteiro meloso, com pitadas de humor que seria facilmente exibido na sessão da tarde se não fosse o conversadorismo ridículo dessa birosca chamada Brasil?
Então, PATRIK, AGE 1,5 é a história de um casal gay, que se muda recentemente para o subúrbio recheados de famílias tradicionais, que se mostram conservadores, preconceituosos e espantados com a presença de dois homossexuais por ali. Sem focar no sexo gay, como os filmes dessa temática fazem, a película nos leva dentro de um relacionamento entre marido e marido, sem ser piegas e sem ser apelativo. Sven é um arquiteto que já foi casado e tem uma filha que pouco dá atenções para ela. Göran é um médico pediatra que sonha em ter um filho e uma família tradicional. Eis que eles entram na fila para adoção. Nisso, já se foram 30 minutos de filme e você nem viu passar. O filme é leve e divertido, não tem nenhum grande acontecimento. Pelo contrário, uma série de situações de dramédia. O casal é alvo de preconceitos por parte da vizinhança que não os convida para eventos e os filhos os xingam. São alvo de preconceito no trabalho e até mesmo na hora de adotar. Mas enfim, chega a hora.
Eles irão receber uma criança em casa dentro de poucos dias que apesar do passado dramático, tudo que precisa é de carinho e atenção. É Patrik, com a idade 1,5. Na espera de chegar um bebê de um ano e meio, eles arrumam toda a casa para atender a necessidade de uma criança, mas ao perceberem, o filho adotado é na verdade um rebelde foragido de centros para menores, com um passado conturbadíssimo, violento e agressivo, Patrik de 15 anos. O erro? De digitação do pessoal da adoção.
O que acontece? Uma crise dentro de casa, culminando na separação de Sven e Göran.
Bem, não vou além. Assistam, é excelente. Rir e chorar de uma mesma história não é para muitos filmes. Um arroz com feijão muito bem feito e ao mesmo tempo um tapa na cara de muitos "Do Começo ao Fim" que estão por aí.
Polêmica sem sentido, nunca mais.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O timing do drama - Precious!

Tempos que eu não venho aqui no blog postar algo, mas acho que quem sabe da minha vida sabe que algumas realizações se deram no último mês e no mês corrente (meu aniversário). Além do quê, dois trabalhos (sendo o site do bbbnatv.com #fikdik) retiram todo o meu tempo para escrever por prazer e de banalidades que quero por aqui. Mas ainda dentro do parênteses, foi gravado um projeto piloto para um PodCast para o blog, mas não foi pra frente, falta alguns aparatos técnicos, então fica pro segundo semestre, okay?
Entretanto, hoje, apesar do carnaval conturbado, movimentadíssimo e agitado, na quarta-feira de cinzas assisti PRECIOUS (fico com vergonha alheia de dizer o nome me português, ainda mais com o subtítulo cafona!) em perfeita companhia e na tranqüilidade do Estação, que está com uma safra de filmes excelente, dá vontade de ver todos. (aliás, quando abrirá um em Niterói, hein?
Bem, falando do filme, Precious é uma preciosidade (desculpem o clichê à lá crítica da Folha de São Paulo) do drama popular. O filme, apesar dos seu excesso de dor, por conta dos contínuos socos no estômago, é a obra prima para o lirismo e não peca nem mesmo pelo maniqueísmo de todos os sofrimentos do mundo e possíveis cairem sobre a protagonista que já sofre preconceito por ser negra, gorda e pobre.
É uma verdade aula para quem quer fazer drama um dia, como eu viso. Sempre achei mais fácil fazer comédia, o timing do comédia é olhar para o espectador e ver como fazê-lo rir. Todo mundo (geralmente) está mais aberto para rir. E contradigo os péssimos atores, autores e demais, ditos como bons. Fazer rir é a arte mais fácil do mundo! Comédia, apesar de não poder ser repetitiva e de ter a obrigação de ser conservadora (no sentido mais liberal que possa ter - reflitam!), é a coisa mais simples que pode existir. O riso está na camada mais exposta da derme do homem. Já os seus pesadelos, seus dramas, seu choro está escondido. Tanto que todos riem em público, já chorar, só os mais corajosos.
Chorar é para forte. E chorar de um filme, ficcional, por mais inspirado em dados e fatos reais que seja, é uma tarefa difícil. Muito difícil. E isso, Precious cumpre com prazer e majestosamente.
Criticaram-no dizendo que o filme é muito exagerado, onde a protagonista sofre de todos os males da terra. Mas aonde está escrito que não pode? Ok. Não pode. E já diz um certo dramaturgo que esqueci quem é... O problema da ficção é que ela tem obrigação de parecer realidade, enquanto a realidade é mais maluca possível. (algo do gênero) Vamos considerar isso verdadeiro. Talvez, se houve erro, foi um erro de adaptação, quando o livro que o inspirou conta a história de várias mulheres, enquanto tudo se reune em torno de uma só. Mas de qualquer jeito, o filme pode ser visto como uma esquete, uma sequência de cenas excessivamente dramáticas e com apelo visual fortíssimo, impactantes e que emocionam.
Daí, disse que o timing do drama é cumprido com exatidão. Você não se emociona apenas no final, mas a cada 5 minutos de maneira diferente, de forma diferente e com um movimento do roteiro diferente. E se emociona de verdade. Perfeito, tocante e ameaça aos demais filmes no Oscar, creio eu.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As boas vilãs de Maneco.

O Bom Maneco acabou em 2003 com Mulheres Apaixonadas. Viver a Vida é boa, muito superior a Páginas da Vida, mas nunca será como antes. O criador de bons personagens, personagens confusos e complexos. Entretanto, ele ainda mantêm sua capacidade de criar vilãs, principalmente as mais jovens, com grande maestria. Isabel rouba a cena na novela atual, mas só serve para nos deixar com água na boca das grandes vilãs Dóris e Íris.
Mas não, não quero falar de como ele escreve tão bem as vilãs, mas falar sobre como as vilãs são boas pessoas e exemplos a serem seguidos, por mais criminosas que possam ter sido. Se todos fossem Íris, o mundo estaria livre de hipocrisia, mentira e cheio de amor.
Quem se lembra da personagem? Seu único erro? Amar demais e falar verdades sem frio na boca. Isso é erro? Não sei. Acho que não. O mundo não está preparado para ouvir as verdades. Ela dizer que achava errado Camila roubar o namorado da mãe e chamá-la de Judas-Careca era algo ruim, mas prestando atenção, ela não falou mentira e apenas disse o que sentia e pensava sobre toda a situação. Elas são feministas, mas são mulheres amadas e amantes, vívidas de amor. Não botam fogo em sutiã em praça pública, mas também não aceitam ouvir não de homem, assim como não deseja terminar sozinha, sem amor e sem ser amada. Elas amam.
Ao oposto, podemos ver as Helenas, erradas, frágeis, infiéis, sofredoras, verdadeiras Evas. Culpadas pelo pecado do mundo. Elas fogem do amor e só o aceitam como salvação para sua frustração. Mulheres, sejam menos Helenas. Não mintam! Sejam Íris.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

BBB NaTV


A ausência tem a sua desculpa e é válida! Estou na equipe do NaTV na cobertura do BBB10. Fui convidado ontem e super adorei, mas não deixarei, em hipótese alguma de postar aqui. Principalmente, porque no fim da semana terá uma mega-surpresa para este blog, a estréia de PLAY IT, o meu primeiro podcast! Será bafo.
Enquanto isso, podem acompanhar tudo o que rola no BBB10, através de um olhar muito bem humorado em http://www.bbbnatv.com

Ôrrevuá.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Haiti, que se foda! - A história da hipocrisia!

Que a sociedade é hipócrita, eu ando sabendo, mas preciso colocar isso na minha cabeça e tomar como verdade absoluta.
Não, não sou um coração de pedra e inclusive me sensibilizei com as vítimas do terremoto. COM AS VÍTIMAS DO TERREMOTO, vale ressaltar.
Agora, o que eu não aguento é essa hipocrisia na mídia, na política e na sociedade de que o Haiti se tornou o centro do universo nos dias atuais. Todo mundo querendo pagar de cult, bonitinho e solidário quando na verdade não se passa de marketing pessoal.
Sim, mexer com vidas - milhares por acaso - não é fácil, todo mundo se senbiliza. Mas o que eu quero dizer é: o que você sabia do Haiti até uma semana atrás? O país passava por uma tremenda guerra civil e estava há décadas mergulhado em pobreza, violência e corrupção. Sem contar no maior mal que assola a humanidade como um todo: a ignorância. Assim como o Haiti, vários países no mundo sofrem com as mesmas coisas, mas é preciso de um tremor de terra na escala 7 do VaisifudeRitcher pro mundo virar os olhos para lá?
Sim, valorizo e prego o parabéns para vidas de pessoas que já lutavam contra os problemas como a Zilda Arns (que eu tinha escrito antes Hilda, mas é porque nem sabia quem era a tiazinha, malzaê, nem sou católico!), falecida no "evento". Ela lutou antes mesmo.
Acho válido pessoas, artistas, celebs instantaneas e políticos quererem ajudar a reconstrução do país. Afinal, sozinho ele não se reconstrói mesmo! Mas agora pagar de santo e de protetor, se antes você achava que eles eram apenas uns praticantes de vodu que moravam numa ilha. Eu não faço nada, nem posso fazer. E se pudesse, não sei se faria. Hipocrisia não funciona comigo! Eu não sabia da existência do Haiti há uns dias atrás (só vim a saber por conta de pesquisa no google) e não me importava com ele, porque vou fazer a linha "depende de nós" agora?

***

No mais, um amigo no twitter falou uma das frases mais sincera e engraçada que já ouvi por toda minha vida: "Só tenho pena do Haiti por uma coisa: eles estão perdendo a melhor edição do Big Brother Brasil!"

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

BBBarraco!

E COMEÇA OUTRO BBB! O que era da TV Mundial antes do BBB/Realities? (tá, eu desenvolvo isso em outro post! Mas é um dos melhores programas. Armado, cultura inútil, emburrecimento. Foda-se você que discorda! Eu amo. E minha falta de tempo é graças ao fim da maratona de Lost e ao PayPerView de BBB!

Essa edição tá babado e confusão! Mas quero sexo, putaria e bebida! Porque não quero ver amiguinho nem gincana de igreja. Quero SANGUE! *-*

E para deixar claro o nível de briga que quero, o antológico barraco do leite condensado do BBB1:

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O que ele não esperava é que as mulheres da casa se metessem no meio de sua desventura amargurada:

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

um sobrevivente do vôo 815

Estou me sentindo no meio de uma ilha misteriosa no pacífico. Bem, na verdade quem me dera poder tomar sol e enfrentar monstros de fumaça. Oi? Monstros de Fumaça? Bem, deixa quieto.
Como disse que ia fazer, estou acompanhando e seguindo a programação que montei onde conseguiria assistir todas as temporadas de Lost no mês de janeiro, como preparação para a Estréia que acontecerá (ao que tudo indica) no dia 2 de fevereiro. Entretanto, acabam de anunciar: Obama marcou um discurso para o mesmo dia aberto na TV, algo que pode diminuir a audiência da season premiere da série. Então, não se surpreenda se a última temporada começar só uma semana depois, dia 9 de Fevereiro.

Sobre a série, estou curtindo bastante. Parece que agora eu peguei o "it" da coisa. E acho que isso aconteceu com muita gente. Eu não esperava que uma série de sobrevivência e relações humanas em situações limítrofes se tornaria um grande amontoado de clichês de ficção científica. Até o fim da segunda temporada, acreditei, com muita fé, que seria apenas uma teoria conspiratória, mas na terceira já começou com viagens no tempo, que só aumentam e ficam confusas mais pra frente, pois não suporto esperar e já li, o que pra mim são spoilers.

Começarei a 4a. temporada hoje e mesmo achando milhares de falhas no roteiro e na produção (o que nem é responsabilidade da equipe e afirmo posteriormente por que), espero um bom final para a série. Justo e realista, se possível. Mas espero de tudo, desde já. Acho que superestimam demais a série e a grande sacada é por aí. Creio que a chave de todos os mistérios é mais simples do que todas essas teorias que o povo fica arquitetando. Resta esperar.
Só tem uma pergunta que eu acho que as pessoas não perguntam e eu acho que deve ter relevância: por que nos créditos o nome do ator que interpreta o Sayid e a atriz que faz a Claire vêm na frente dos demais, sendo que numa ordem, eles são secundários.

Enquanto isso, uso essa 'desculpa' para diminuir as atualizações do blog. Afinal, estou perdido no meio de um monte de DVD de Lost.


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Sobre a foto, do site Omelete, texto de Érico Borgo:

Nos últimos anos virou mania de séries de sucesso reproduzir com seu elenco o famoso afresco renascentista A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. House, Battlestar Galactica e Família Soprano estão entre esses programas. Agora, em sua última temporada, Lost repete a dose.

As imagens - que somam uma pessoa à pintura original - colocam os personagens em uma mesa feita com um pedaço da fuselagem do avião do vôo Oceanic 815. Há ruínas de uma estação ao fundo, produtos Dharma servem de refeição e ossadas humanas estão espalhadas na areia. No centro, Locke ocupa a posição mais importante. Mas se ele é Jesus, quem será Judas? Não há qualquer semelhança no posicionamento dos personagens que possa sugerir a relação - e a produção fez questão até de embaralhar um pouco os atores nas duas fotos...

domingo, 3 de janeiro de 2010

FILMES: Posição 100.

Pega uma história legal, transforma em um musical, meio pop, meio rock, meio ópera, meio tudo, meio nada, meio nonsense, meio histórico. Sem compromisso e compromissado em fazer Rir e Chorar ao mesmo tempo, Moulin Rouge sem dúvida é um dos melhores musicais de todo os os tempos, e o mais marcante da década. FATO.
Elenco afinado (em ambos sentidos), direção magistral, roteiro fez certinho, tudo para encantar platéias e multidões num clima de romance com músicas conhecidas de muita gente. Me fez até esquecer aquela tarde de verão em que assisti, provavelmente ao fim de 2001, na casa de um amigo, onde o ventilador estragou e eu continuei a ver, no calor. E virei fã. E posso dizer mais, um dos filmes mais importantes nas carreiras de Kidman e McGregor, ao meu ver.

MÚSICAS: posição 100

Até Luke Skywalker, de Star Wars, sabe que eu não gosto Madonna (piada interna), mas para não vir a esquecê-la e saber de sua importância para a música pop mundial, preferi começar com ela, e talvez, com uma das únicas músicas que eu "curto". Pode não ter sido a melhor da década, como muitos fãs apregoam, mas ela a sua letra faz jus estar nessa lista, sua meta-lingüagem e por ter sido, talvez, o primeiro hit dos anos 2000. Ok, não me irritem dizendo que anos 00 começaram em 2001, porque certamente, esse foi um grande CD dela até muito tempo depois.
E por Music makes the people come together, Music mix the bourgeoisie and the rebel essa música merece ir pra lista, e como primeira, antes que receba pedras. Mas, ela até que é boazinha e já dancei muito nos matinês que eu ia com 12 anos. Ah, ainda continuo não TEAM-MADONNA. =x

sábado, 2 de janeiro de 2010

100 melhores ... da década!


Ano Novo, Vida Nova, o último ano da primeira década do século 21. E resolvi em homenagem a minha juventude, defender a minha década, tão modificada, estranha, diferente em tempos e em si. Defendendo criando uma série de listas dos 100 MELHORES da década.
- As melhores MÚSICAS.
- Os melhores FILMES.
- Os melhores da TELEVISÃO.
- As melhores PERSONALIDADES.
- Os melhores SÍMBOLOS.
- Os melhores LIVROS.

Já chega! Até o fim do ano, eu termino a lista por aqui. E vale ressaltar que o conceito de MELHORES é um conceito próprio, unicamente MEU. Para facilitar o entendimento, leia 'Melhores' como os mais influentes ou mais marcantes. Afinal, o ridículo e o off-cult-esquerda-usoxadrez. Ah, e a ordem não é cronológica, nem de importância, mas de lembrança, quando fiz a pré-lista. E caso venha alguma coisa nesse último ano, terá espaço aqui, claro. Mas a lista já tá faltando espaço e terei que decidir muita coisa.

E é isso.

Samba a Dois!

Quem me ensinou a te dizer
"Vem que passa o teu sofrer"
Foi mais um que deu as mãos entre nós dois
Eu entendo o seu depois
Não me entenda aqui por mal
Mas pro samba foi vital falar em...


Seria uma enorme piada, digna de um sitcom americano se não fosse o trágico destino das pessoas, encenando papéis por outrora renegados, odiados e infelicidados. Neologismos a parte, eu prefiro rir disso tudo e ver que há salvação para a raça humana, já que um bom samba não tem lugar.
Nem se atreva me dizer do que é feito o samba, o amor e todas as facetas humanas que encaramos. Ser mau ou bom é algo digno de noveletas da Televisa, sem quaisquer conflito interno pessoal que cada um revela em si, no decorrer da vida. Ser plano é ser medíocre e sem qualquer inquietude. É ser morto, um morto hipócrita. E viver é o dom da própria vida, que ela nos concede da sua forma mais anárquica existente, o que as pessoas acreditam existir como livre-arbítrio.
Eu sou bom sambista, faço rimas em verso e prosa, além de ter uma boa mulata para divertir nas tardes de domingo, com cerveja, churrasco e tamborim. O bom samba é aquele que é real, que é feito pra dois dançarem, ou aos pares, no mesmo sentido, dois pra lá, dois pra cá, por mais que isso não pareça samba. O encaixe perfeito, que a primeira luz se dá, mas se des-faz com a ríspidez do tempo. É o tempo cruel demais, para os apreciadores dos bons momentos e para os lamúrios dos lamentados. E definir como bom ou como mau é não se dar conta que a história se repete, mas por outro ângulo. Se está no mesmo ângulo desde sempre, inverta seus valores, é possível sim. É bom e nos mantem vivo. E não considere isso um erro, mas uma brincadeira do destino, uma quase-fatalidade, já que saimos sempre vivo de um bom tango.
Mas falamos aqui de Samba, e samba é alegria. E quero sambar até o dia amanhecer. E deixa haver samba no peito de quem...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz 2010.

FELIZ ANO 2010.

Que ele só consiga ser pior que 2011.

Enquanto descanso vou seguindo minha maratona Lost, indo ao cinema quando dá e trabalhando na finalização de 'Vem que eu te conto no caminho'.

Em breve, uma narrativa rápida do que se deu no - que ao meu ver foi o melhor - reveillon 2010, em Copacabana. E também uma lista das coisas que pretendo fazer nesse ano. Metas a pequeno, médio e longo prazo.

Até mais.