quinta-feira, 22 de setembro de 2011

a velha família moderna


Não é a toa que ela roubou a cena em mais uma edição do Emmy que participou. Não é a toa que os fãs alucinados de Glee e Ryan odeiam a série. Não é a toa que a terceira temporada chega com tudo, mostrando que tem gás para muita coisa, muitos plots e histórias interessantes por mais alguns anos e anos. Não é atoa...
Eu já levei pedrada ao comparar Modern Family a Friends. Aliás, eu já levei muita pedrada por falar mal de Friends. (aproveito o espaço para dizer: eu adoro Friends, mas não acho uma série fantástica, mas entendo os fãs xiitas. Inclusive, acho que How I Met Your Mother faz graça sobre amizades e relacionamentos em Nova York muito melhor que a clássica série dos anos 90).
Modern Family, meus amigos, aguardem, será vista no final da década como o símbolo da comédia destes anos, acreditem em mim. A série tem força, tem conteúdo e tem o melhor: o humor. OK, eu concordo e, apesar de ser um fã radical, consigo ver falhas na segunda temporada e até problemas estruturais que precisam ser pensados se ela quiser durar muito. Primeiro, os personagens são tipos e não evoluem. Isso é um ponto negativo, que pesou muito na segunda temporada e, espero, que diminua e/ou acabe na atual. É sempre a mesma coisa: Manny = latino, adolescente precoce. Phill = pai palhaço. Claire = Mãe chata. Gloria = espalhafatosa, sotaque engraçado...
Enfim, não foge a regra, mas ainda assim, episódios considerados ruins na segunda temporada são superiores a muita série de coral que tenta fazer graça e lutar contra preconceitos, estabelecendo-os mais ainda. Mas opinião é que nem...
Bem, por fim, o season premiere de 2011/2012 foi maravilhoso. Não podia ser melhor: episódio duplo. O primeiro, como não podia deixar de ser, as férias da família. Dessa vez num rancho no Wyoming (uma espécie de Acre meets Goiás deles), que rende a divertidíssimas situações. Ou alguém é incapaz de rir da Glória surda durante horas após sair do avião.  Gloria, eu te entendo! Sem contar no primeiro beijo da Alex. Ela está ficando mais feminina nessa temporada, o que renderá boas histórias, eu aposto. Mas será que o Dylan vai ficar no Wyoming ou ele volta?
O segundo episódio, centrado nos maus exemplos que os pais dão aos filhos, vimos a Claire crescer muito e deixar de ser apenas a mãe chata, para ser uma pessoa chata com motivos. Gloria truqueira também foi hilário. Uma das melhores cenas da série, ela abrindo o armário na escola. Não é a toa  Eu tive que pausar o player para rir. Coisa que só Modern Family faz.
Quem não viu ASSISTA AGORA. E quem nunca viu a série pare o que está fazendo e vá correndo se deliciar com esses 50 episódios de humor de qualidade. E duvido que vocês também não parem o Player em alguns muitos momentos para rir e não perder a próxima piada.


Agora, uma dúvida só. Por que trocaram a Lilly se não houve nenhuma diferença na história. Teve um salto de quase 2 anos e nada mudou parece. Sei lá... Achei estranho. Cam e Mitchell resolveram ter outro filho no final da temporada anterior e guardaram esse segredo POR DOIS ANOS? E mais, que atriz feia que eles escolheram. A outra Lilly era carismática e essa é chata. Fora que, se fosse para só a personagem falar, esperassem a bebê, que em algum momento ia crescer e mantivessem na história. Achei as cenas da garota engraçadíssimas, mas por causa dos atores, porque ela não acrescentou nada a história. Alguém me acompanha no movimento QUERO A ANTIGA LILLY DE VOLTA? 

eu também quero a lilly antiga de volta, cam!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

the big series

Olha, te contar, eu choro com qualquer coisa. Q-U-A-L-Q-U-E-R-C-O-I-S-A. Sou um confesso desestruturado emocionalmente. Um beliscão é capaz de me deixar na cama por dias. Mas é muito bom chorar com the big C.
A comédia que está encerrando sua segunda temporada no fim do mês se tornou um fenômeno para mim, um vício que a cada episódio me faz querer mais e mais. É clichê? ASSUMIDAMENTE clichê, olha a história: Cathy (vivida pela maravilhosa Laura Linney) é uma professora de história, casada com Paul (Ollive Platt, também excelente no papel de marido suburbano) e mãe de Adam (Gabriel Basso, uma gracinha). Eis que ela descobre que está com melanoma tipo 4, um câncer de pele raríssimo que lhe dá pouco tempo de vida. Pouco tempo leia-se: não mais que um ano, segundo os especialistas. Então, ela resolve fazer tudo o que nunca fez na vida: construir uma piscina (já que nunca tomou sol e está com cancêr de pele), fumar maconha, transar com desconhecidos e reunir sua família. Ou seja, viver a vida. No elenco principal, ainda temos John Hickey, interpretando o irmão "salve-a-natureza" de Cathy. Hilário e irritante, o seu personagem. No elenco recorrente, temos a maravilhosa Phyllis Somerville, que interpreta Marlene, uma vizinha com Alzheimer. Simplesmente, fantástica. E com rápidas participações na primeira temporada e se tornando quase um personagem fixo, a indicada ao Oscar Gabourey Sidibe, a nossa Precious.

sim, gente, eu mesma!

O final da primeira temporada me fez chorar tanto que eu fiquei umas duas horas parado na frente da TV refletindo sobre a vida. A série, que é uma comédia sobre um tema difícil e clichê, faz você refletir problemas por outros ângulos, como a falta de caráter e a própria ética dos nossos tempos. Afinal, com pouco tempo para viver, Cathy não tem e não pode se prender às convenções naturais do seu tempo. A segunda temporada está brilhante e - ao meu ver - superior à primeira, se é que isso é possível. Agora, já conhecemos os personagens e suas fraquezas e ambições, então acho que a trama caminha com mais suavidade. E o processo do tratamento e da luta da Cathy pela vida é brilhante. Fora que o Lee, personagem que só aparece no terceiro episódio da segunda temporada, é um dos mais fofos e interessantes de toda a série. Lee é interpretado pelo tudo-de-bom Hugh Dancy. Lee conhece Cathy num tratamento e se estranham a princípio, porque ambos querem lutar pela vida de um jeito, um tanto diferente. Ele se torna o "mancha/tumor-gêmeo" dela e vice-versa, uma piada com alma-gêmea (soulmate, molemate). Ela acaba achando que está rolando um clima entre os dois, até que... Bem, não vou contar. Assistam.

A série é para dar risada e para refletir. E quem é um manteiga derretida por completo, chorar até não poder mais, abraçado ao travesseiro ou escorregando pela porta até cair-se no chão. Mas não leve em consideração isso, eu que sou mole mesmo. Na verdade, a série é uma comédia, leve e divertida, que nos mostra o ponto de vista mais cruel da vida: a rotina. Enganou-se quem acha que é a morte.

O lado ruim da série é que ela não pode ficar por muito tempo no ar. Cathy não tem muito tempo de vida, por mais que responda bem aos tratamentos, o seu câncer já está num estágio avançado. Só espero que a recepção pelo público seja melhor na terceira temporada, já que houve uma ligeira queda na atual, com possibilidade de cancelamento. Mas, ainda bem, não aconteceu.

Destaque:
- Cena em que Adam descobre que a mãe está com câncer, na garagem, com os presentes, no final da primeira temporada.
- Episódio Goldilocks and the Bear. Quando Cathy e o marido vão a um bar gay, repleto de bears. E quem faz sucesso é Paul. Hilário! Um dos melhores episódios.
- O Episódio do Last Thanksgiving. Quem nunca presenciou um barraco numa mesa de jantar.
- O Episódio A Little Death, quando numa confusão de nomes, Cathy é convidada para o próprio velório. Aposto que é um sonho de todo mundo saber quem irá no seu, certo?
- Lee pegando no peito de Cathy. LINDA A CENA, me fez chorar como um bebê.


Bem, fica agora com um trailler, um presente da Showtime: