sexta-feira, 26 de março de 2010

*SPOILER* Lost: sacando a rolha

Primeira constatação: até que enfim a sexta (e última) temporada traz ao público um significado e a resolução dos mistérios de 6 anos seguidos.
Segunda constatação: uma merda estarmos felizes por esses mistérios estarem ligados por quem era até então um secundário.
Terceira constatação: todos os mistérios estão ligados com secundários. Outra grandes merda!
Quarta constatação: Cadê os protagonistas? Eles são figurantes da própria história, onde tudo não se passa de um duelo entre uma pomba branca e um exu esfumaçado?
Quinta constatação: A ilha é uma ROLHA, véi? Ok, é isso. UMA R-O-L-H-A do inferno.
Sexta e última constatação: Comassim sendo tão ruim assim ainda Lost é bom, gente? É viciante e surpreendente. Mas confesso que se soubesse que terminaria assim, jamais me apaixonaria pela série.

Mas paixão a gente não pensa no fim. A gente pensa no começo (ou no todo!) E o nono episódio da sexta temporada demonstra isso no meu ser... Aquela vontade louca de ver tudo e pensar como tudo se encaixa. Ou alguém duvida que vamos ter que rever as seis temporadas quando chegar de 23 de maio.

Aliás, o que será de mim semana que vem, quando BBB acaba? Vou passar a semana inteira roendo unhas pra ver um episódio de Lost, sem desopilar meu fígado em nada? Ainda bem que Modern Family taí pra isso e abril será um mês de estréias, na TV, no cinema e na vida.

domingo, 21 de março de 2010

a receita de um relacionamento feliz


Ela estava quieta no seu canto, ele veio, puxou-a pra dançar, ela aceitou. Duas músicas depois já estavam nús sobre o banco traseiro do carro. Ela foi pra casa e no dia seguinte, ele não recebeu nenhum telefonema.

Anos depois, encontraram-se de novo em um bar. Ela dançava com outro. E pouco antes de terminar a primeira música, ela já estava do lado de fora, entrando em um carro desconhecido. Ele a seguiu. No escuro, ressabiado, bateu com a chave no vidro do carro do outro. Não era outro, era outra, mas isso é pra depois.

- Não imaginava que você era como todas as outras.
- Mas eu sou, todo mundo é como todas as outras.

E seguiu seu caminho.

A outra mulher no caminho para deixá-la em casa lhe perguntou após algum assunto que permitisse tal pergunta:
- Você pensa em ter filhos?
- Você não tem pênis para me deixar grávida.
- Adotar?
- Quero que todas as crianças morram.

Ah, tá. E foi isso. Dias depois, não precisou nem de música. E ela era feliz, embora houvesse quem não acreditasse...

#fikdik: Blind Side, Blind Clichê.

Definitivamente, negros gordos estão em alta em hollywood, afirmou um querido meu. É, tenho que concordar, mas com todo o mérito de segurarem a emoção de dois grandes filmes sobre eles. Não, não vou comparar Precious com The Blind Side (seguindo a tradição JECA-BRASILEIRA, Um Sonho possível!, ah nossa latinidade!), até porque são de gêneros e roupagem diferente, completamente, afinal. Mas vou rebater a opinião da Academia (eu e o mundo, talvez) por fazer merecer Sandra Bullock como melhor atriz.
Cara, não vamos entrar no mérito se ela é boa atriz ou não. Ela cumpre seu papel bem, muito bem para quem era "miss simpatia" e a mocinha de Velicidade Máxima. Mas o seu papel de nada novo trouxe para o cinema e isso a fez "roubar" o Oscar da Meryl Streep que em Julie & Julie estava bem, mas longe de seus melhores papeis. A inversão ficou aí. Uma PUTA atriz em um papel fraco e uma atriz mediana num papel bom. Mas e a negra-gordinha-estreante de Precious? Ela merece ficar só com a indicação, porque é sua primeira vez e é negra-gordinha? Gordinha é elogio.
É. Sandra Bullock não mereceu. E o filme, por melhor que seja, não merece tantos elogios assim. É um bom filme, legal para estudantes de licenciatura e excelente para rever preconceitos. Mas nada de debates profundos, tudo é muito superficial, recém saido do forno para as nossas "Sessão da Tarde"'s. É divertido? Sim. Me fez emocionar muitas vezes? Fez. Tem boas atuações? Com certeza. Bom roteiro? Na medida do possível. Mas ainda assim o mesmo de sempre. Clichê atrás de clichê. Mas o clichê bem feito.
Mas ainda assim faltou uma cena maior explicando a vontade da protagonista de botar um negro-gordo (nada contra negros e gordos) em sua casa SÓ PORQUE ESTAVA CHOVENDO! Bom coração? É. Deve existir um dentre os montes que passam por vários na rua durante a chuva e tudo que mais quer é ir embora pra casa pra tomar uma ducha quente.
O legal é que é baseado em fatos reais e as cenas reais do fim do filme, apesar da vibe "Dois Filhos de Francisco", é legal, sempre funciona... Assista e coma bastante pipoca, por mim.
Tá na moda o tema da superação. Mas ainda prefiro a desesperança de filmes como Precious. Afinal, alguém ainda acredita que nós não estamos COMPLETAMENTE ferrados e tudo sempre tende a piorar? Ah, tá. Enquanto o mundo colorido não desabou pra você, eu vou comer meu brigadeiro que acaba de ficar pronto. ;D

segunda-feira, 8 de março de 2010

BBB, o dourado debate é outro.

Comecei escrever um comentário em post de um blog falando sobre o BBB e achei válido postar por aqui. Já que não comento nesse espaço o que penso sobre o programa (e mais ainda, sobre a tv brasileira), que deveria (e é, embora não pareça) o meu objeto de estudo.
Segue na íntegra.


ODEIO DOURADO. Não quero que ele ganhe e se ganhar, será o pior vencedor de todas as edições do BBB, inclusive pior que a Mara do BBB6. Entretanto, não considero um homofóbico. Ele é machista, burro, escroto, babaca, burrão, mas não homofóbico. Dicesar é gay e é malcarater. Dourado é hétero e malcarater. Não é um jogo de sexualidade, é um jogo de personalidade. E nesse ponto, Dourado dá um banho no drag-queen, que, podemos dizer, é heterofóbico, né?
OK, hétero não apanha por ser hétero na rua. Mas certamente é alvo do mesmo preconceito nos guetos gays. O ser humano é preconceituoso por natureza, embora seja sua meta não o ser. Mas alguns avaliam errado. E vale deixar estar. É melhor assim, as diferenças são boas, desde que respeitadas. Não precisam ser entendidas. Respeitar é melhor que entender.
A vitória do Dourado explanria apenas uma coisa, o conservadorismo da TV Brasileira e da sua sociedade controlada/dora. É uma pena. E uma pena maior ainda que as pessoas percam o tempo falando de quebra de paradigmas, quebra de preconceito, quando esse reality apenas re-afirma o tipo de gay exibido pela tv há décadas.
Vamos calar a boquinha ao falar de preconceito e de humanitarismos mesquinhos e pensar mais em combater esse conservadorismo blasé. Valeria mais a pena.

domingo, 7 de março de 2010

fikdik: PATRIK, AGE 1,5

Tem um tempo que eu não tiro uma meia-horinha e venho aqui. Mas o mundo muda muito rápido e mal tenho tempo para acompanhar as coisas. Queria um botão de pause que nem de Click.
Bem, o fikdik da semana, vai para um filme sueco. Sim S-U-E-C-O. Nunca tinha visto nada da filmografia sueca, não que eu saiba. Mas cai nas graças do blockbuster deles.
Sabe o típico roteiro meloso, com pitadas de humor que seria facilmente exibido na sessão da tarde se não fosse o conversadorismo ridículo dessa birosca chamada Brasil?
Então, PATRIK, AGE 1,5 é a história de um casal gay, que se muda recentemente para o subúrbio recheados de famílias tradicionais, que se mostram conservadores, preconceituosos e espantados com a presença de dois homossexuais por ali. Sem focar no sexo gay, como os filmes dessa temática fazem, a película nos leva dentro de um relacionamento entre marido e marido, sem ser piegas e sem ser apelativo. Sven é um arquiteto que já foi casado e tem uma filha que pouco dá atenções para ela. Göran é um médico pediatra que sonha em ter um filho e uma família tradicional. Eis que eles entram na fila para adoção. Nisso, já se foram 30 minutos de filme e você nem viu passar. O filme é leve e divertido, não tem nenhum grande acontecimento. Pelo contrário, uma série de situações de dramédia. O casal é alvo de preconceitos por parte da vizinhança que não os convida para eventos e os filhos os xingam. São alvo de preconceito no trabalho e até mesmo na hora de adotar. Mas enfim, chega a hora.
Eles irão receber uma criança em casa dentro de poucos dias que apesar do passado dramático, tudo que precisa é de carinho e atenção. É Patrik, com a idade 1,5. Na espera de chegar um bebê de um ano e meio, eles arrumam toda a casa para atender a necessidade de uma criança, mas ao perceberem, o filho adotado é na verdade um rebelde foragido de centros para menores, com um passado conturbadíssimo, violento e agressivo, Patrik de 15 anos. O erro? De digitação do pessoal da adoção.
O que acontece? Uma crise dentro de casa, culminando na separação de Sven e Göran.
Bem, não vou além. Assistam, é excelente. Rir e chorar de uma mesma história não é para muitos filmes. Um arroz com feijão muito bem feito e ao mesmo tempo um tapa na cara de muitos "Do Começo ao Fim" que estão por aí.
Polêmica sem sentido, nunca mais.