sábado, 5 de fevereiro de 2011

pra que abril serviu

Quem me conhece pouco ou muito sabe o quão dramático sou. Mas dessa vez resolvi ser diferente. Não vou fazer drama, ou não tanto assim. Não vou arrastar correntes, não vou chorar vendo filmes tristes, nem vou sofrer mais do que já sofri. O bom da vida é que temos, geralmente, dois tipos de sofrimentos. O primeiro quando temos tudo muito bom e acabamos por nos matar e nos morrer porque perdemos aquele algo muito bom. O segundo é aquele que nunca tivemos. Sofremos por tentar, por lutar, por dar o sangue e não conseguir.
De todos os defeitos que eu tenho, e olha que um pecados capitais dos mais proeminentes em mim é a preguiça, mais até do que a gula, o que eu não tenho é medo de tentar. Já dormi em banco de praça, já enfrentei família e amigos, já escrevi cartas de amor, já perdoei traições, já trai por imaturidade, já planejei casamentos e filhos e dei nome a eles, quando as coisas não iam bem mesmo, já espalhei pro universo inteiro meu amor - meu grandioso amor - e recebi um 'não faça isso' em troca. Já ganhei, já perdi. Agora está na hora da virada. E não é virada daquelas de dramalhões. Ou é. Sabe as novelas mexicanas quando a mocinha (e eu to longe de ser uma donzela indefesa) finge-se de morta e volta capítulos depois com um novo corte de cabelo e preparada para uma nova fase da sua vida?
Há algum tempo atrás, eu twittei a seguinte frase "abril não serviu para nada". Uma pessoa me corrigiu. E eu concordei. Mas hoje, revendo. Eu vejo que realmente abril serviu pra muita coisa. Em mim, nasceu uma pessoa, que iria morrer tempos depois, mas nasceu. E eu não me arrependo de nenhum passo que eu dei. De cada choro, cada berro, cada lágrima, cada súplica. Cada sorriso. Eu não me arrependo. Abril serviu para me mostrar que o Gustavo é capaz de amar sempre mais. E mais do que amar, ele pode ir além. E mais do que ir além, ele pode merecer coisas boas. Hoje, eu me amo TANTO. MAS TANTO. Nesse segundo, eu me amo pelo que eu nao fui. O tanto que eu nao me amei a vida toda, eu me amo nesse momento. Porque eu amo sabe o quão bom eu fui, o quão honesto e sincero com os meus sentimentos eu fui. E quem nao pensa assim está errado: temos que deixar tudo fluir. Sentiu, deixa correr. Quer fazer? FAÇA LOGO. Não se arrependa. Acredite nos seus motivos. Não existe um diabinho e um anjinho falando tudo o tempo todo ao seu ouvido. Isso sim é balela. Ninguém anjo, nem diabo em história nenhuma. A gente é sentido. E sentido e sentimento. (e por isso, uma regra que Pedro Bial já falou no seu textinho do filtro solar: NÃO SEJA LEVIANO COM O SENTIMENTO DOS OUTROS). Até mesmo porque se eu vivi o que vivi, foi porque eu vi e percebi que não poderia ser leviano com o coração de ninguém, e me deixei entregar.
Sou intenso, sou grande, sou demais. Sou assim. E faço tudo que me couber e que me cabe. E ao que não me cabe, eu sei que posso ser melhor, só se eu quiser. E se não fui, é porque não quis. Hoje, sei que sou muito perfeito, até nos meus defeitos... E que não sou só eu que acho. Qualquer um que um dia vir ou ouvir minha história há de concordar comigo.

Hoje, não sei se sinto muita coisa por todas as pessoas que eu fiz o que fiz. De todas elas, somente uma hoje toma conta do meu ser. E eu posso dizer que amo muito: EU MESMO.
E foi pra isso que abril serviu. Eu desci ao poço de tudo. Mas lá dentro tinha um espelho. E eu apaixonei pelo que vi.