terça-feira, 20 de setembro de 2011

the big series

Olha, te contar, eu choro com qualquer coisa. Q-U-A-L-Q-U-E-R-C-O-I-S-A. Sou um confesso desestruturado emocionalmente. Um beliscão é capaz de me deixar na cama por dias. Mas é muito bom chorar com the big C.
A comédia que está encerrando sua segunda temporada no fim do mês se tornou um fenômeno para mim, um vício que a cada episódio me faz querer mais e mais. É clichê? ASSUMIDAMENTE clichê, olha a história: Cathy (vivida pela maravilhosa Laura Linney) é uma professora de história, casada com Paul (Ollive Platt, também excelente no papel de marido suburbano) e mãe de Adam (Gabriel Basso, uma gracinha). Eis que ela descobre que está com melanoma tipo 4, um câncer de pele raríssimo que lhe dá pouco tempo de vida. Pouco tempo leia-se: não mais que um ano, segundo os especialistas. Então, ela resolve fazer tudo o que nunca fez na vida: construir uma piscina (já que nunca tomou sol e está com cancêr de pele), fumar maconha, transar com desconhecidos e reunir sua família. Ou seja, viver a vida. No elenco principal, ainda temos John Hickey, interpretando o irmão "salve-a-natureza" de Cathy. Hilário e irritante, o seu personagem. No elenco recorrente, temos a maravilhosa Phyllis Somerville, que interpreta Marlene, uma vizinha com Alzheimer. Simplesmente, fantástica. E com rápidas participações na primeira temporada e se tornando quase um personagem fixo, a indicada ao Oscar Gabourey Sidibe, a nossa Precious.

sim, gente, eu mesma!

O final da primeira temporada me fez chorar tanto que eu fiquei umas duas horas parado na frente da TV refletindo sobre a vida. A série, que é uma comédia sobre um tema difícil e clichê, faz você refletir problemas por outros ângulos, como a falta de caráter e a própria ética dos nossos tempos. Afinal, com pouco tempo para viver, Cathy não tem e não pode se prender às convenções naturais do seu tempo. A segunda temporada está brilhante e - ao meu ver - superior à primeira, se é que isso é possível. Agora, já conhecemos os personagens e suas fraquezas e ambições, então acho que a trama caminha com mais suavidade. E o processo do tratamento e da luta da Cathy pela vida é brilhante. Fora que o Lee, personagem que só aparece no terceiro episódio da segunda temporada, é um dos mais fofos e interessantes de toda a série. Lee é interpretado pelo tudo-de-bom Hugh Dancy. Lee conhece Cathy num tratamento e se estranham a princípio, porque ambos querem lutar pela vida de um jeito, um tanto diferente. Ele se torna o "mancha/tumor-gêmeo" dela e vice-versa, uma piada com alma-gêmea (soulmate, molemate). Ela acaba achando que está rolando um clima entre os dois, até que... Bem, não vou contar. Assistam.

A série é para dar risada e para refletir. E quem é um manteiga derretida por completo, chorar até não poder mais, abraçado ao travesseiro ou escorregando pela porta até cair-se no chão. Mas não leve em consideração isso, eu que sou mole mesmo. Na verdade, a série é uma comédia, leve e divertida, que nos mostra o ponto de vista mais cruel da vida: a rotina. Enganou-se quem acha que é a morte.

O lado ruim da série é que ela não pode ficar por muito tempo no ar. Cathy não tem muito tempo de vida, por mais que responda bem aos tratamentos, o seu câncer já está num estágio avançado. Só espero que a recepção pelo público seja melhor na terceira temporada, já que houve uma ligeira queda na atual, com possibilidade de cancelamento. Mas, ainda bem, não aconteceu.

Destaque:
- Cena em que Adam descobre que a mãe está com câncer, na garagem, com os presentes, no final da primeira temporada.
- Episódio Goldilocks and the Bear. Quando Cathy e o marido vão a um bar gay, repleto de bears. E quem faz sucesso é Paul. Hilário! Um dos melhores episódios.
- O Episódio do Last Thanksgiving. Quem nunca presenciou um barraco numa mesa de jantar.
- O Episódio A Little Death, quando numa confusão de nomes, Cathy é convidada para o próprio velório. Aposto que é um sonho de todo mundo saber quem irá no seu, certo?
- Lee pegando no peito de Cathy. LINDA A CENA, me fez chorar como um bebê.


Bem, fica agora com um trailler, um presente da Showtime:



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