sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Psicografia ou Acasos


Nunca fui alguém com a lua marcante em peixes, embora meu ascendente seja. Pé no chão, principalmente quanto religiosidades, eu tenho minhas crenças inabaláveis, desde sempre. De tal maneira posso assumir em público uma série de coisas, sem cogitar qualquer contravenção, inclusive em destino pleno e em ligações espirituais entre pessoas.
Ninguém está em um lugar que não é para estar, nem nada acontece por acaso. E acaso só é acaso quando não prestamos atenção no elo que liga todas as coisas, pessoas, lugares e nos fazem estar ali. Desatenção.
Devaguei sobre atenção em um dos 14 contos que integrarão "Vem que eu te conto no caminho", livro de contos que pretendo publicar algum dia, de preferência em breve. O conto "Los Angeles Bar" é extremamente significativo, seja por marcar um momento intenso de 1 dia ou dois que vivi, mas me fez descobrir a beleza de enxergar as coisas além das quais vemos. E apaixonar loucamente por algo que era cotidiano. Uma hora publico o conto ou parte dele por aqui. Embora falte coragem de assumir coisas que falo no conto para um certo alguém.
De qualquer forma, a desatenção é algo que nos faz ver o acaso existente, no previsto muito antes. E assim como já previsto, fui pre-programado a amar. Muitas pessoas. Eternamente a grade maioria, principalmente alguns. E daí a foto. Inexplicavelmente. Amo. Sem pensar no futuro, no passado, nas coisas, nas pessoas, nos 'se'. Amo por agora, que já me basta. Amo da minha forma, de maneira discreta, mas sincera. Nem mais, nem menos. Na medida. Amo como amo aquele sonho corriqueiro de estar num lugar lindo, como a orla do aterro do Flamengo, mas mais belo. De escrever dois nomes em uma árvore com um canivete enferrujado. E daquele lugar ser o céu. Eu não vejo os rostos, mas esse sonho se repete. Só sei do meu nome. O outro nome pode ser qualquer um. Ou vindouro. Afinal, a vida é cheia de acasos.
E por causa dos acasos, somos eternamente conectados. E conectados inexplicavelmente, como quis Dalí. Fiéis a nós mesmos, ao nosso destino. Nunca negado, sempre confiado. Afinal, a gente nunca está num lugar errado, com as pessoas erradas. A gente tá junto. E amar é construção de muita história, muitos caminhos, mas ele começa inexplicavelmente, incapaz do senso, do sangue, da vida ou da morte explicar. Amo. Basta.

E para quem quiser, eu psicografei.

0 comentários:

Postar um comentário