quarta-feira, 25 de novembro de 2009

fikdid: Glee

Um professor resolve revitalizar um coral de uma high-school para participar de um campeonato, um grupo de estudantes, um par romântico, incluindo nesse meio uma vilã cheerleader parceira de um badboy e muitas músicas para embalar essa história. Isso parece que veio direto do túnel do tempo? Sim, veio direto de túnel do tempo, sim. Glee nada mais é que uma cópia de tudo que já foi feito com adolescentes 16-years-old no mundo. Tanto que se você misturar HighSchoolMusical, Rebelde e Malhação (repare que são de 3 países diferentes), a liga é a mesma dessa premissa de Glee. Mas antes que me atirem pedras ou crucifixem, vou dizer: Glee inovou ao subverter os valores e ser uma história onde valoriza o sempre desvalorizado, por isso, uma série loser, como vem sido propagada pela própria Fox.
O fato de ser um seriado da Fox tem ser levado em consideração, uma vez que a emissora é republicana (do partido do Bush) e assumidamente defensor de sua posição política, tanto que durante sua história é possível verificar várias críticas acerca disso. Mas superou em Glee e se tornou uma série de tanto sucesso, a única depois de 24Horas a fazer tanto sucesso entre todas as idades nos EUA. Superou de tal forma, que a Fox até soltou uma piadinhas anti-Bush no seriado, que para os bons entendedores é uma ótima sacada. É meus caros, a cultura pop é assim, uma reciclagem de tudo com uma pitada de crítica, embora alguns não queiram acreditar. Pelo menos em Glee foi assim.
Para os menos desavisados Glee é um gênero musical, específico de vozes masculinas em corais, oriundo da Irlanda e que tomou outro sentido na década de 50 nos HighSchools e Comunnities dos EUA, o de corais de jovens, tão segmentado quanto o time de futebol americano e as cheerleaders. É, só que de uns tempos para cá, com o culto ao corpo exacerbado, foi visto como algo geek (daí a piadinha do tour do elenco pelo país com 'Gleek'), nerd. E é nisso que a série se foca... Nessa cultura excluida e com potencial.
Agora, pega essa historinha que contei lá em cima e coloca o professor que viveu para o sucesso e é um mero professor de espanhol, que mal tem condições de pagar as contas de uma família com filhos. Ah, filhos? A esposa dele finge estar grávida, por um desvio comportamental. E ela vai pagar uma grávida de verdade para lhe dar o bebê, e tudo indica que será a nossa cheerleader loira e vilã, que é líder do grupo de orações e castidade do colégio, mas está grávida e não é do namorado, mas do badboy que ganha a vida pegando mulheres mais velhas (mãe de seus amigos, a maior parte). Ah, e coloca também um gay (Kurt, o melhor personagem da série de longe) que é apaixonado pelo mocinho e esconde de todos (revela-se aos poucos), inclusive de Mercedes (para mim, o outro ponto forte da série, estrela de uma das melhores cenas da série, que pode ser vista clicando aqui), que tem uma quedinha por ele e faz a linha blackbitch ao descobrir tudo. Ah, coloca uma japinha que eu achava que era lésbica e parece ter um segredo, e um cadeirante, isso mesmo, um cara de nerd em uma cadeira de rodas. Mais alguma coisa? Muita música, adaptadas de grandes sucessos, como No Air (da Jordin), Rehab (Amy Winehouse), Take a Bow (Rihanna), Halo (Beyoncé), Defying Gravity (do musical Wicked), além de excelentes performances como a de um time de futebol americano dançando Single Ladies da Beyoncé. Isso mesmo, você não ouviu errado. E não veja isso como um spoiler, mas é apenas um motivo para chegar a ver a série, que vai ao ar toda quarta-feira na Fox U.S. e Brasil (na versão dublada e com uns 5 episódios de atraso). Como odeio dublado, sugiro baixar ou acompanhar através de links de tvs americanas, aos montes por aí. (na comunidade de Glee do Orkut você encontra, além de muita gente bacana pra trocar idéias, os links para assistir ao vivo e downloads dos episódios e músicas).
Vale muito a pena, e antes que a considere uma série teen a la highschool musical, lembre-se é uma comédia, um musical e uma crítica a própria cultura. Logo é preciso desconsiderar as grandes estruturas de cenário que surgem do nada, ou a Cheerleader aparecer 90% do tempo de roupa de líder de torcida e as vozes magníficas que surgem do nada e fazem apresentações dignas de Broadway. Esses são os motivos comuns que leio sobre a série. E vamos lá, a série não é para ser levada a sério, tem a sua mágica que não pode ser estragada, assim como todos os musicais e comédias do mundo, quer realidade-bruta? Vai ver E.R. ou C.S.I. (se é que essas siglas são consideradas como realidade-bruta!) E é isso... Pra ver Glee tem que ter o coração acreditando no que se passa ali, pois como eles mesmo cantam no primeiro episódio: "Don't Stop Believin'". Só resta saber se toda euforia vai durar muito tempo, bem, eu vou continuar acreditando que sim, mas isso é assunto pra outra hora!


PS1: tentei achar algum vídeo disponível para ilustrar a resenha, mas ficou meio difícil de achar, porque todos estão disponíveis apenas mediante solicitação. Então aqui vai o link de Don't Stop Believin', a música símbolo da série. - embora eu prefira Bust Your Windows. (desconsidere a legenda da tradução, foi feita pela Sasha!)

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