Ele faz um pouco dos três. E vou explicar. O susto que Almodóvar tenta na tela é o susto da surpresa, das viradas que a trama prepara. Quem é Vera é respondida e a platéia fica inteiramente estasiada e surpreendida. O sanguinário é mostrado através da vingança de Robert, o protagonista vivido por Antonio Banderas. E o psicológico pelos sentimentos que adentram em você. Você entende cada personagem e cada personagem tem suas razões. A pele que habito é o drama, o terror, o suspense.
A história é baseada num romance francês (que muito quero ler desde já) e aborda a trajetória do renomado cirurgião plástico que vive um estranho e obsessivo relacionamento com Vera, uma cobaia que vive presa em sua casa. Paralelo a isso, com o desenrolar da trama, você vai sendo apresentado a cada personagem e ao passado deles até chegar ali. E você sofre, e muito, por cada ação e suas reações. Eu estou me controlando aqui para não contar detalhes esclarecedores do filme, apenas indico para que assistam. Se preparem para a história de vingança mais forte que já vi, e mais, os efeitos que a vingança tem nas pessoas ao seu redor. Uma história amor, amor doentio. Saiam daqui e procurem o cinema mais próximo. E sem saber muito da história, se possível, para que as surpresas e os sustos sejam absorvidos como foram por mim. É uma sensação única e que Almodóvar fez muito bem.
Gosto muito do diretor, vejo tudo que ele faz. E posso dizer, este filme é o melhor de sua carreira. O que é um absurdo de se dizer, já que ele fez muitas coisas boas e diferentes, mas sim, é sim. O melhor filme da carreira de Almodóvar. Um roteiro brilhante, uma fotografia linda, elenco primoroso, direção digna e até os figurinos chamam atenção: criados por Jean Paul Gaultier.
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